Uso da tecnologia aumenta produtividade no campo

Na área acadêmica ou no mercado, a ideia é buscar ferramentas tecnológicas para otimizar tempo, aumentar a produtividade com qualidade e simplificar a vida dos produtores rurais em Goiás.
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Na área acadêmica ou no mercado, a ideia é buscar ferramentas tecnológicas para otimizar tempo, aumentar a produtividade com qualidade e simplificar a vida dos produtores rurais em Goiás.

A correria do dia a dia do Seu Hélio é apenas um exemplo entre os 126 mil proprietários rurais em Goiás. Para simplificar a vida desses profissionais responsáveis pelo setor primário, o governo estadual lançou em setembro o Cartão Rural, a primeira iniciativa do Inova Goiás – novo programa estadual que incentiva a inovação e tecnologia para as empresas do Estado, além de estimular o uso das novas tecnologias no setor público promovendo mais agilidade. O Cartão é uma demonstração de que o Governo de Goiás está preocupado em acompanhar e incentivar a modernização que os produtores rurais estão introduzindo no campo.

Este cartão permitirá aos produtores a emissão direta da Guia de Trânsito Animal (GTA) e do Documento de Arrecadação Estadual (Dare), entre outros, sem precisar ir a um dos 236 escritórios da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa). Para obter o cartão, é bem simples: basta o produtor acessar o site da Agrodefesa e clicar no banner do Cartão Rural.

Depois é só atualizar o cadastro fornecendo nome completo, endereço com CEP, telefone e e-mail. Também deverá indicar em que escritório da Agrodefesa quer buscar o cartão. Após isso, o produtor aguardará 30 dias para retirar o cartão na agência indicada e com uma senha já terá acesso a dados essenciais para seu trabalho. Confira todos os serviços realizados com o Cartão Rural:

Serviços do Cartão Rural BOX

Facilidade
Para Seu Hélio, este instrumento de modernização facilitará muito para os produtores, que não precisarão ir ao escritório da Agrodefesa para obter algum simples documento referente ao seu gado. Escute aqui o depoimento
Produtor Hélio foi um dos primeiros a receber o cartão Foto: Julimar de Brito

Produtor Hélio foi um dos primeiros a receber o cartão.
Foto: Julimar de Brito

“Muitas vezes o horário do órgão não é compatível com o que produtor pode ir. Às vezes é no momento que está tirando leite ou cuidando do gado. Vai melhorar muito a vida do produtor, que não vai perder muito tempo e vai se dedicar ao que realmente interessa, que é sua atividade rural. Tudo evolui e o agronegócio tem que acompanhar a modernidade do País”, diz. Entre os serviços que Hélio mais utiliza está a emissão de notas para transferência do animal após a venda.

De qualquer lugar com acesso à internet, de dia ou à noite, o produtor terá acesso aos dados que necessita. Geovando Vieira também é produtor rural em Orizona e vê o cartão como uma desburocratização do serviço. “Na era da informática, ter autonomia para fazer monitoramento e controlar o rebanho sem depender de deslocar até os escritórios vai facilitar muito a vida do produtor”, diz.
Presidente da Agrodefesa Arthur Toledo Foto: Wildes Barbosa

Presidente da Agrodefesa Arthur Toledo.
Foto: Wildes Barbosa

Para o presidente da Agrodefesa, Arthur Toledo, é fundamental o Estado ter o controle das doenças e dos dados das propriedades rurais de forma geral. “É uma movimentação de mais de 20 milhões de animais por ano e através dessa ferramenta tecnológica teremos agilidade e informação, inclusive para a Secretaria da Fazenda, Ministério da Agricultura, Agrodefesa e produtor rural, pois teremos uma visão geral do estado a cada segundo. O produtor, de casa, do trabalho, cooperativa, enfim, onde tiver um ponto de internet, terá acesso a esse serviço”.

Segundo Arthur, a ideia é abrir cada vez mais serviços aos cidadãos, proporcionando mais agilidade, eficiência, conforto e melhoria do ambiente social e econômico. O presidente garante que futuramente a inovação também será levada para a área vegetal. Escute aqui

Capacitação rural
No campo é cada vez mais comum a inserção de tecnologias buscando meios para melhorar a vida do produtor rural e aumentar a produtividade. Pensando nisso, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg)/Senar Goiás promove cursos e treinamentos voltados para esses profissionais – da agricultura ou/e pecuária. O programa Inclusão Digital Rural, por exemplo, promove o acesso às novas tecnologias e os participantes aprendem a utilizar a web como ferramenta de gestão na área rural. Outro curso é o de Operação em GPS para aprender a utilizar este equipamento em máquinas agrícolas e navegadores.

Douglas Vila Verde, do departamento técnico do Senar e coordenador do Programa Agricultura de Precisão da Faeg/Senar, ressalta que através dessas capacitações são apresentadas as tecnologias disponíveis para o campo. “É fundamental que os produtores se adaptem a essas tecnologias. Cada dia tem mais pressão por novas áreas, mas já não temos tanto espaço disponível. Assim, é necessário buscar meios para intensificar a produtividade naquele pequeno espaço e isso se consegue através da tecnologia”.
Produtores de Rio Verde participam do Programa de AP Foto: Sindicato Rural de Rio Verde
O curso coordenado por Douglas, o de Agricultura de Precisão (AP), é um bom exemplo do incentivo à tecnologia na agricultura, onde é ensinado o sistema de manejo integrado de informações e tecnologias visando ao gerenciamento mais detalhado do sistema de produção agrícola como um todo. “É você aprender a manejar o solo, colocar os insumos no local certo, no momento adequado e quantidade ideal”.

Douglas explica que os produtores interessados devem procurar o Sindicato para entrar em contato com a Faeg/Senar, que disponibiliza técnicos para ministrar o curso. Os produtores não precisam se deslocar para algum escritório da cidade, porque o curso é realizado na propriedade de algum participante que tem a máquina com a tecnologia necessária, incentivando assim a participação.

Douglas informa que devido ao incentivo do financiamento de máquinas agrícolas de uns quatro anos para cá, o número de produtores com interesse em utilizar a tecnologia em suas propriedades aumentou muito. “Eles perceberam que é necessário otimizar os recursos, reduzindo os custos e aumentando a produtividade”, diz Douglas.

Exposição de tecnologia
A modernização do campo é pauta de grandes eventos e debates, afinal, foi-se o tempo em que o ambiente rural era um cenário de homens trabalhando apenas de forma manual, sem uso da tecnologia. Diante dessa nova dinâmica é preciso estar de olho nas novidades tecnológicas. Em função disso, a Faeg promoverá a partir de 31 de março do ano que vem a Expopec (Exposição das Tecnologias Voltadas ao Desenvolvimento da Pecuária), que promete transformar a pecuária goiana. Apesar da crise nacional, a agropecuária continua sendo um dos sustentáculos do Produto Interno Bruto (PIB).
A feira será aberta aos profissionais que queiram aprender e compartilhar novas tecnologias e inovação para aprimorar as atividades no meio rural. Segundo o presidente da Comissão da Pecuária de Corte da Faeg, Maurício Veloso, já existem eventos, como, a Tecnoshow, voltada principalmente à atividade agrícola e a Tecnoleite, com foco na pecuária de gado leiteiro. “Faltava um evento que discutisse tecnologia na área da pecuária. A Expopec será na cidade goiana de Porangatu e atenderá a grande demanda dessa atividade na região”.

Serão quatro de dias de evento (31 de março a 3 de abril) em que serão apresentados novos maquinários, integração da agricultura com agroindústria, agregação de valor aos produtos, entre outros, por profissionais de Goiás, do Brasil e até de outros Países. “Convidamos profissionais da Nova Zelândia que dão uma verdadeira aula de aproveitamento sustentável dos recursos naturais”. A expectativa de público é ultrapassar 10 mil pessoas. “É um evento com foco no profissional, sem shows. É para quem quer aprender mesmo”.

Ele comenta que as tecnologias são importantes para a vida do produtor. “Qualquer iniciativa que venha a implementar, reduzir custos, melhorar a qualidade de vida do produtor e seus funcionários e o bem-estar do animal são bem-vindas”, diz Maurício.

O campo nos estudos
Na área acadêmica os estudos também estão a todo vapor em busca de novas tecnologias para melhorar a vida dos produtores e gerar produtos de mais qualidade aos consumidores finais. Uma das áreas que o Estado de Goiás se destaca como um dos maiores produtores no País é a de leite, porém a preocupação não é somente com a quantidade, mas a qualidade desse produto, que interfere diretamente em toda a cadeia, do produtor ao consumidor.

Preocupado com esse cenário, Rodrigo Balduíno, gerente técnico do Laboratório da Qualidade do Leite/ UFG e professor na UEG de São Luís de Montes Belos, neste mês desenvolveu e defendeu em sua tese de doutorado a Distribuição temporal e espacial da qualidade do leite do Estado de Goiás. Escute aqui
Rodrigo explica sobre a qualidade do leite nas diferentes regiões do estado Foto: Julimar de Brito

O professor explica que o objetivo desse estudo é visualizar a qualidade do leite nas bacias leiteiras existentes no Estado analisando elementos como gordura, lactose e proteína – quanto mais, melhor a qualidade do leite; a higiene no processo de extração do leite desde a sanidade da glândula mamária ao armazenamento; e a condição de saúde da vaca.

A partir desses estudos, que receberam recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa no estado de Goiás (Fapeg), no valor de aproximadamente R$ 80 mil, o professor informa que a função é disseminar essa informação ao governo, à sociedade organizada, Embrapa e outras instituições com capacidade de levar orientação ao campo, para buscar métodos eficientes de melhorar a qualidade do leite nas diferentes regiões do Estado.

“Esse trabalho é importante para todos os elos da cadeia. Para o produtor, que saberá identificar o que produz, apontar possíveis falhas na produção dele e solucionar o problema”. Para a indústria também será vantajoso, pois contará com uma matéria-prima de mais qualidade podendo diversificar os produtos, além de beneficiar os consumidores finais com produtores de mais qualidade na mesa. “Dessa maneira faz um trabalho em conjunto”. Rodrigo ressalta que a cadeia produtiva deve ter acesso a essas informações através de reuniões, palestras e exposições públicas de uma forma geral.

Para ele a tecnologia é crucial para o desenvolvimento da atividade leiteira. “Nosso sistema produtivo está ainda pautado na subsistência, mas isso tem que ser melhorado. Para municípios que têm características de produção de leite é necessário que se invista neles para que nosso Estado tenha competência e seja reconhecido no País, não só em volume, mas em qualidade e melhor condição de vida para o produtor”, conclui.

http://www.goiasagora.go.gov.br/uso-da-tecnologia-aumenta-produtividade-no-campo/

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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