Brasília – O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizou ontem a produção de leite “longa vida†e pasteurizado a partir do processo chamado reconstituição do leite em pó, por tríªs anos, nos estados do Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Sergipe e Bahia. A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de ontem. O sinal verde foi motivado pela seca que afeta a região Nordeste. “A medida deve auxiliar na recuperação dos índices produtivos (de leite) anteriores ao período da secaâ€, diz o Mapa.
A reconstituição é a adição de água potável ao leite em pó para torná-lo fluído e com as mesmas características dos produtos já conhecidos pelo consumidor (como o leite UHT, conhecido como “longa vidaâ€). Por lei, as empresas não podem utilizar esse processo para produzir leite longa vida ou pasteurizado, apenas em casos emergenciais. “A situação que tem afetado milhões de nordestinos levou o Ministério da Agricultura a agir rapidamente. O objetivo é evitar prejuízos í s economias locais e afastar a possibilidade de ocorrerem desabastecimentos para a populaçãoâ€, explicou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antí´nio Andrade.Seca
Somente estabelecimentos sob Inspeção Federal nos estados nordestinos estão autorizados temporariamente pelo Mapa a esse tipo de produção, limitada a 35% da capacidade produtiva de cada fábrica. Devido í seca que afeta centenas de municípios nordestinos, a escassez de alimentos para os animais reduziu a produção leiteira e levou, até mesmo, í morte do gado na região.
Em 2012, o governo do Rio Grande do Norte acenou com a possibilidade de importar leite em pó como medida emergencial para atender a demanda do Programa do leite. A importação, seria uma alternativa para o caso de a crise no setor – que reduziu a produção no estado e fez encolher a oferta do produto no programa – perdurar e de não haver normalização da oferta. O leite seria distribuído em pó. Não seria diluído, de acordo com informações divulgadas pelo governo em junho de 2012. Em entrevista í TRIBUNA DO NORTE í época, o então diretor da Emater – que administra o programa do Leite – Ronaldo Cruz, disse que a compra de leite em pó seria algo “emergencialâ€.