Durante o primeiro semestre desse ano, o mercado internacional de lácteos está gerando sinais de preocupação frente a uma maior oferta e, além do bom momento que está vivendo o setor, «há sinais inquietantes e é bom que os produtores tenham conhecimento dessa conjuntura», disse o presidente da Cooperativa Nacional de Produtores de Leite do Uruguai (Conaprole), Alvaro Ambrois.
As exportações de lácteos do Uruguai durante os primeiros dois meses de 2012 totalizaram US$ 111,1 milhões com a venda de 36.000 toneladas de diferentes produtos a um preço médio de US$ 2.931 por tonelada em janeiro e US$ 3.294 em fevereiro, frente aos US$ 3.512 por tonelada de 2011. Precisamente, espera-se uma pressão de baixa nos preços mundiais do leite para o final do ano, depois de os valores internacionais terem aumentado em 8% nos últimos meses.
De acordo com o relatório do primeiro trimestre do ano do Rabobank (Rabobank Dairy Quarterly), o clima extremamente bom na maioria das regiões produtoras de lácteos do mundo tem agravado o impacto nos altos preços do leite, direcionando o crescimento da oferta de forma mais rápida do que podiam absorver os consumidores ocidentais ( veja matéria relacionada)
A indústria exportadora de lácteos do Uruguai insiste em afinar os negócios com os mercados asiáticos, mas não devem superar sérios problemas tarifários, o que nos obriga a trabalhar nesse sentido, disse Ambrois.
Por outro lado, frente í s ações desenvolvidas pelos membros do setor leiteiro do Brasil, que reiteraram sua intenção de que também o Uruguai receba cotas para entrada de seus produtos lácteos nesse mercado, assim como ocorre com a Argentina, Ambrois disse que «se acompanha com preocupação esse tema que não é novo».
«Obviamente que a Conaprole tem também uma ferramenta importante que é desenvolver seu potencial na diversificação dos mercados. Não vamos nos esquecer que as exportações chegam a 80 países do mundo», concluiu ele.
A reportagem é do El Observador