#Produção de leite no Brasil tem problemas de baixa qualidade

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Paí­s é o terceiro maior produtor de leite do mundo. Atividade é responsável por segurar milhões de pessoas no campo.

O Brasil alcançou nos últimos anos um lugar de destaque entre os principais produtores de leite do mundo. Mas um problema parece difí­cil de ser resolvido: a produção não é homogíªnea e o paí­s não é bom em qualidade e condição sanitária. O Globo Rural apresenta um pouco do universo do leite, atividade responsável por segurar milhões de pessoas no campo.

Apesar do enorme avanço da agricultura do Brasil nos últimos 30 anos, o boi e sua famí­lia continuam sendo a maior riqueza brasileira que vem da terra. O boi de corte é um negócio onde os grandes predominam. O negócio da vaca de leite é assunto para pequenos, o que dá para ver pelo número de produtores.

O Uruguai, com 4,5 mil produtores, vende leite para mais de 50 paí­ses. A Nova Zelí¢ndia, o maior exportador de leite no mundo, tem 13 mil produtores. Nos Estados Unidos, o paí­s que mais produz leite, há pouco mais de 50 mil produtores. O Brasil, que não faz nem para o gasto, conta com 1,3 milhão de produtores.

O professor da Universidade Federal de Viçosa Sebastião Teixeira, que desde muitos anos estuda o leite no Brasil, fez pesquisa de campo em Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Tocantins, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Pernambuco. Agora, ele está começando um estudo em Rondí´nia.

“O Brasil possui cinco milhões de estabelecimentos rurais. Deste total, 1,3 milhão produz leite. Há, no mí­nimo, duas pessoas por estabelecimento. Então, daria mexendo com leite 2,6 milhões”, diz Teixeira.

Com 33 bilhões de litros por ano, o Brasil é o terceiro maior produtor de leite do mundo, ficando abaixo apenas dos Estados Unidos e da índia. A produção vem crescendo a cada ano. Mesmo assim, o consumo de leite no Brasil, com 172 litros por pessoa por ano, está abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que é de 250 litros por pessoa por ano.

Existe até uma relação entre consumo de leite e desenvolvimento. Os paí­ses mais avançados do mundo, como Suécia, Dinamarca, Holanda, Alemanha, França, são os que mais bebem leite.

As pesquisas do professor indicam que o primeiro motivo das pessoas trabalharem com leite é a renda mensal garantida. Nos últimos anos, o preço andou ruim, mas o produtor compensou com o aumento da produção. Para isso, contou com a assistíªncia técnica privada, fator que vem ganhando maior importí¢ncia.

A Embrapa de Juiz de Fora, na zona da mata mineira, é um endereço quase obrigatório no que diz respeito í  produção do leite no Brasil. Em Minas Gerais, estado que mais produz leite no paí­s, vive um pouco da história nas imagens de um livro que acabou de sair.

As primeiras cabeças de gado chegaram a São Vicente, no estado de São Paulo, em 1532. Mas o Nordeste teve uma importí¢ncia grande no iní­cio da caminhada do leite. A gravura de 1641 mostra uma instalação nos arredores de Recife, em Pernambuco.

O diretor da Embrapa Gado de Leite conta que em Minas a história do leite envolve até uma figura ilustre. “Palmira era o primeiro nome de Santos Dumont, da cidade de Santos Dumont, que fica na região da Serra da Mantiqueira, próxima a Juiz de Fora, onde há registro no livro que Santos Dumont foi o primeiro fornecedor de leite para esse laticí­nio chamado Palmira na época”, diz Duarte Vilela.

Leite é um alimento nobre na medida em que é necessário em todas as fases da vida de uma pessoa. O alimento tem cerca de 30% de proteí­na. Nos outros 30% há principalmente gordura e sais minerais.

O pesquisador Júnior de Paula, do Instituto Cí¢ndido Tostes, de Minas Gerais, possui a árvore do leite. Existem cerca de cinco mil produtos feitos a partir do leite. “O leite tem mais de 100 mil componentes. A gente pode produzir desde álcool até lactose, usada em remédios para levar o princí­pio ativo. Então, as aplicações são diversas”, diz.

Do leite também se pode extrair caroteno, ácido bórico e vitaminas. Também dá para fazer vinagre e matéria plástica. Os caminhões da Itambé, maior cooperativa de leite do paí­s, percorrem 55 mil quilí´metros para recolher tríªs milhões de litros diários.

A fábrica que fica em Sete Lagoas, a 75 quilí´metros de Belo Horizonte, é a maior da cooperativa em produção de leite em pó. No lugar também se produz queijo, manteiga e bebida láctea. Cada vaca no Brasil produz uma média de cinco litros por dia. í‰ muito pouco. O gerente da cooperativa Tarsí­sio Costa aponta outros embaraços.

“Nós temos uma baixa escala de produção. Fora isso, nós temos o custo pós-porteira, que são a alta carga tributária para se produzir no Brasil, os tributos, e um custo logí­stico para captação do leite também muito alto. Estradas ruins para se buscar pequenos volumes. Isso tudo encarece o nosso custo do leite”, avalia Costa.

Com exceção do Sul e de alguns criadores de outras regiões, o leite brasileiro vem de vacas também com sangue zebu. A melhoria do gir leiteiro fez com que o cruzamento com a raça holandesa venha produzindo um girolando de qualidade, além de trazer algumas vantagens em relação ao leite de vacada com origem apenas na Europa.

 

Fonte: G1 Globo

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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