Com os ensinamentos do Programa Negócio Certo Rural (NCR), o casal Ivan Gonçalves da Cruz, 47 anos, e Lázara Francisca Gonçalves da Cruz, 42 anos, de Diamantino, investiu um financiamento do Banco do Brasil comprando 20 matrizes leiteiras em Goiás para somar í s dez que já estavam na propriedade. «De 60 litros por dia, dobramos nossa produção e já chegamos a produzir até 300 litros por dia em épocas de desmame», destaca Dona Lázara.
O NCR é realizado por meio de uma parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (SENAR-MT) e o Serviço Brasileiro de Apoio í s Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/MT). í‰ formado por sete fases onde o produtor rural participa de encontros e consultorias, que inclui uma visita de um instrutor do SENAR í propriedade para verificar cada negócios de perto.
Dona Lázara conta que ela e o marido ficaram sabendo do programa através da cooperativa de que fazem parte, a Coopercaité, e do Sindicato Rural de Diamantino. Segundo ela, após ter participado do treinamento no final de 2011, a família obteve mais conhecimento sobre como gerenciar a propriedade, localizada no Projeto de Assentamento (PA) Bojuí, a 35 km de Diamantino, onde o casal cria gado de leite.
O sítio de Ivan e Lázara hoje virou referíªncia do programa NCR na região e recebe visitas de novas turmas de participantes do curso pelo SENAR-MT. Durante o passeio, mostram as melhorias que implantaram na propriedade. «Com o financiamento, investimos em cercas, curral, ordenhadeira mecí¢nica e resfriador», afirma Dona Lázara.
De acordo com a responsável pelo programa em Mato Grosso, Juliana Mardegan, os produtores constroem um plano de negócios durante as etapas. Para isso, elaboram um diagnóstico da propriedade, pensam em atividades que podem implantar ou se devem investir nas atividades que já exercem. Em seguida, calculam a rentabilidade das opções.
Uma característica do programa é que não é exigida escolaridade mínima do participante, mas, se ele não for alfabetizado, é necessário ser acompanhado por alguém que seja. «í‰ interessante que a família do produtor rural participe como acompanhante. Geralmente, cada turma atende cerca de 15 propriedades, o que permite a presença de até 30 participantes», informa Juliana.
Para o instrutor do SENAR-MT, José Mauro Gonçalves Dorileo, o programa tem provocado grandes mudanças nas famílias que participam, trazendo uma nova visão de gestão da propriedade. «O egresso do programa passa a fazer mais cálculos, a procurar informações seguras e a pensar mais antes de fazer um investimento», destaca Dorileo. «As decisões passam a ser tomadas em conjunto, por isso é importante que toda a família esteja envolvida no negócio».
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