São Paulo, SP, 25 de Abril de 2014 – O Ministério da Agricultura confirmou, em comunicado divulgado há pouco, que suspeita que o bovino sacrificado no Estado de Mato Grosso sofria da forma atípica do mal da «vaca louca» (a Encefalopatia Espongiforme Bovina, EEB).
No comunicado, o ministério ressaltou que a confirmação do caso atípico da doença só acontecerá após a divulgação de exames adicionais que serão realizados no laboratório de referência de Waybrige, no Reino Unido. O ministério não informou quando os resultados desses exames serão divulgados.
Conforme a Pasta, o animal tinha 12 anos de idade e foi enviado para o abate no último dia 19 de março de 2014. Quando foi mandado para o abate, informa o Ministério da Agricultura, o animal não apresentava sintomas de «distúrbios neurológicos».
No entanto, durante fase de inspeção pré-abate um fiscal agropecuário encontrou o animal caído. Diante disso, o fiscal enviou o bovino para um abate de emergência. «Com esse quadro, o animal não foi considerado apto ao abate de rotina, sendo direcionado ao abate de emergência e submetido à colheita de amostras para o teste de EEB», disse o ministério. O animal não entrou na cadeia de alimentação humana.
«Foram deflagradas atividades imediatas no sentido de realizar investigação epidemiológica a campo e providências para o envio da amostra ao laboratório de referência internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Weybridge, na Inglaterra, para confirmação da suspeita», informou a Pasta no comunicado .
Nos casos atípicos de «vaca louca», o animal contrai a doença espontaneamente, com o passar da idade. O caso atípico ocorre, em geral, em animais com idade acima de dez anos. No caso clássico, mais grave, o animal contrai a doença normalmente por meio da alimentação de farinha de carne e ossos. Os casos clássicos costumam ocorrer em animais com idade de 2 a 7 anos. O Brasil nunca registrou um caso típico do mal da «vaca louca».
De acordo com o Ministério da Agricultura, o animal sacrificado em Mato Grosso foi criado no sistema extensivo, ou seja, alimentou-se apenas de pasto e sal mineral, o que limita a possibilidade de ocorrência um caso clássico ou típico. Além disso, a alimentação de bovinos com farinha de carne e ossos é proibida no Brasil e o país detém o status de risco «insignificante» conferido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Fonte: Valor Econômico