Leite de búfala vira negócio rentável no Vale do Ribeira

Região paulista famosa pela banana e pela pupunha abre espaço também à criação desses animais e à produção de queijos finos.
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Tudo começou há quase 30 anos, quando o governo paulista criou um programa para incentivar a criação desses animais nesta que é uma das regiões mais pobres do estado.

O produtor se inscrevia e, quando selecionado, recebia um lote com 10 fêmeas e 1 macho. E tinha 7 anos para devolver 14 búfalos para o governo, que depois eram repassados para outros criadores.

Atualmente, estima-se que existam mais de 30 mil cabeças no vale, mas não há dados precisos.

Mais rústicos

Os búfalos são mais rústicos que os bovinos e os adultos são bem resistentes aos carrapatos e bernes. Eles se adaptaram bem ao Vale do Ribeira. Lá é quente, existem muitos alagados e várzeas que, mesmo drenadas, encharcam facilmente. São condições semelhantes aos locais de onde os búfalos são nativos na África e na Ásia.

Hoje, o litro de leite de búfala vale quase o dobro do de vaca e tem mercado garantido na região. A produção vai para os laticínios, que transformam quase tudo em queijo.

«Hoje (se paga) R$ 2,20. Pelo teor de gordura, tem um bônus», diz o criador Nando França. A fazenda dele 120 búfalas em lactação e tira 550 litros por dia, em média.

Reforço alimentar

Outro criador, que tem 250 búfalas criadas a pasto, oferece reforço de volumoso no cocho. Um alimento um pouco diferente do convencional que sai de graça.

«Temos uma fábrica de pupunha dentro da fazenda. Então, toda casca, todo rejeito do palmito que não é aproveitado, nós moemos e trazemos com carreta para aqui. Aí colocamos um sal mineral por cima. Por sinal é um volumoso muito palatável. Não muito nutritivo, mas muito palatável. Elas gostam bastante», explica Gonçalo Duarte.

A média anual gira ao redor de 7 litros por animal por dia.

E a fazenda tem um sistema diferente de manejar os bezerros. Depois do parto, por cerca de 10 dias a búfala não pode ir para a ordenha, ela fica com o filho.

Quando a búfala volta a ser ordenhada, outras que estão em final de lactação ou que não têm produção tão boa vão mantendo esses bezerros pelo menos até 1 mês e meio.

Esse manejo só é possível porque, diferente das vacas, as búfalas aceitam bezerros de outras, até dois ao mesmo tempo.

E, como só liberam o leite na presença do bezerro, as que voltam para ordenha recebem ocitocina, um hormônio que faz o leite descer.

Delícias culinárias

Um dos compradores desse produto começou a fabricar queijos nos anos 90. Algum tempo depois, José Nakid passou a contar com a ajuda do filho, que foi jogador de futebol, e conheceu a muçarela de búfala em uma feira da região.

Jogando bola em troca de sacos de cimento que recebia da patrocinadora do time, uma loja de material de construção, Jorge Nakid transformou a produção caseira em um laticínio de 3 mil metros quadrados de área construída.

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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