Na Região Sudeste, por exemplo, produtos nativos como a mandioca e o milho estão presentes em vários pratos típicos
O fomento a agricultura familiar ajuda a desenvolver as inúmeras culturas por todo o Brasil. Segundo o secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Valter Bianchini, cada região tem sua particularidade e na agricultura familiar é importante preservar a cultura local.
“É uma agricultura de famílias que vivem de geração em geração na terra. Assim, há uma relação cultural, de parentesco e de conhecimento muito importantes. Preservá-la é preservar uma boa parte da cultura rural de cada região”, destaca Bianchini.
De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, a agricultura familiar é responsável por 87% da produção nacional de mandioca e 46% do milho. Na Região Sudeste, por exemplo, produtos nativos como a mandioca e o milho estão presentes em vários pratos típicos da população local.
Em Minas Gerais, a participação da agricultura familiar na produção de mandioca é de 84% e de 47% na produção de milho. Outra produção forte no estado é o leite de vaca, cuja participação da agricultura familiar é responsável por 58% da produção no estado.
O ex-boia-fria, hoje agricultor familiar Ronaldo dos Santos aumentou em seis vezes sua renda depois de ser assentado em Minas Gerais. Morador do Projeto de Assentamento de Divisa, em Ituiutaba (MG), localizada a 683 quilômetros de Belo Horizonte, ele produz leite desde 1999.
Ronaldo conta que trabalhou 25 anos como meeiro, na terra de outros, e como boia-fria. Hoje, o agricultor chega a ganhar por mês mais de R$ 3 mil líquido com a produção do rebanho de 60 cabeças de gado leiteiro. “Agora eu tenho a minha terra, tenho 33 hectares pra poder criar meu gado”, diz.
Casado com a também agricultora Janete Santana, 47 anos, ele tem as duas filhas cursando matemática e química na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
O agricultor familiar produz 350 litros de leite por dia. Organizado com mais 25 assentados produtores de leite, ele consegue vender o litro por R$ 1,20 para uma empresa de laticínios, conseguindo 10 centavos a mais do preço de mercado.
“Uma das maiores ajudas que tive para melhorar minha vida foi o Pronaf. Contratei duas vezes para poder aumentar meu rebanho”, ressalta.
Fonte:
Ministério do Desenvolvimento Agrário