#Goiás lidera queda de preços

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Preço do leite cru, pago aos produtores, sofreu queda, de 7,23%, para 2014, expectativas são de que o cenário melhore

 

Os produtores de leite estão assustados com uma forte queda nos preços do produto cru pagos pelos laticínios aos produtores. Esse comportamento confirma as expectativas dos agentes do mercado e advém da demanda enfraquecida e do aumento na captação de leite em praticamente todos os Estados. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, confirma os dados e observa que a maior baixa ocorreu em Goiás e em Santa Catarina, de 7,23% para os dois Estados.

 

Pelo que se deduz, o Natal dos produtores de leite foi menos festivo, e nessas condições impediu um presentinho mais rechonchudo para os familiares. Para o novo ano, as expectativas são de que o cenário melhore. Segundo opinião do produtor de leite de Itaberaí, Gilson Costa, é que “as coisas mudem em 2014”. Trata-se de um ano eleitoral, em que uma nova política pecuária leiteira possa ser posta em prática pelo Congresso Nacional, favorecendo os produtores brasileiros. “Ano de eleição é quando podemos pressionar e conseguir alguma coisa”, acredita.

 

Costa, que produz cerca de 60 mil litros por ano, recebia até o segundo semestre do ano passado R$ 1,20 por litro. Atualmente, recebe R$ 1. Seu gado é de origem holandesa e de alto padrão genético. Além da queda nos preços do leite in natura, Gilson Costa sofre com frequentes roubos de gado. São matrizes leiteiras que abatidas são vendidas de forma clandestina nos açougues. A polícia não dá conta de pegar um ladrão, confessam criadores da região, intrigados porque entendem que as caminhonetes circulam livremente com animais abatidos pelas ruas da cidade.

 

Pelos estudos do Cepea, o preço médio bruto pago em dezembro ao produtor foi de R$ 1,04 pelo litro, forte redução de 5,4% (ou de R$ 0,59 centavos) em relação ao mês de novembro. O preço líquido médio (sem frete e impostos inclusos) caiu 5,8%, passando para R$ 0,9602/litro. Estas médias são ponderadas pelo volume captado em outubro nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Bahia.

 

Maior queda

 

Em dezembro, houve queda no preço bruto do leite pago ao produtor em todos os Estados acompanhados pelo Cepea. A maior baixa foi registrada em Goiás e Santa Catarina, de 7,23% para ambos os Estados. Em Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Ceará, os recuos foram de 6,03%, 4,42%, 4,02% e 2,45%, respectivamente. Para o Ceará, onde o período de chuvas está no início, a cotação foi pressionada principalmente pela entrada de leite do Sudeste do País.

 

Quanto aos preços, dentre os Estados que compõem a “média Brasil”, Minas Gerais teve o maior valor em dezembro, de R$ 1,0635/litro, seguido pela Bahia, com média de R$ 1,0526/litro. São Paulo fechou em R$ 1,0474, Paraná, R$ 1,0432/litro, Santa Catarina, R$ 1,0003/litro e Rio Grande do Sul, 0,9997/litro.

 

*Apesar das quedas, patamares continuam elevados *

 

Wandell Seixas

 

A média de dezembro/13 supera em 11,09% a de dez/12, de R$ 0,9376/litro, em termos reais. Se considerado todo o ano passado, quando o preço médio foi de R$ 0,9332/litro, a valorização é de 10,48% – a média de 2013 é de R$ 1,0310/litro. Considerado um ano atípico, 2013 registrou aumentos nas cotações do leite em praticamente todos os meses – em agosto, o preço médio foi o maior dos últimos seis anos em termos reais (descontando a inflação do período). O impulso veio principalmente da demanda interna aquecida.

 

Nos últimos dois meses do ano, as chuvas favoreceram a qualidade das pastagens e o consequente acréscimo na captação de leite, que bateu novo recorde. Gilson Costa concorda com a opinião dos autores dos estudos do Cepea, observando que as chuvas foram responsáveis pela expansão dos pastos. No Centro-Oeste, a pecuária de corte, com a presença do gado Nelore, é bastante acentuada. As vacas se alimentam melhor do capim verde e seu leite é ordenhado e posto no mercado, concorrendo fortemente com a pecuária leiteira tradicional e profissional. A esperança dos produtores de leite é que as chuvas tendem a reduzir de intensidade nos próximos dois meses e os preços pagos aos produtores retomem os bons patamares.

 

De outubro para novembro, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) aumentou 3,51%, atingindo 167,94. O destaque no período foi para São Paulo, Goiás e Bahia, onde os crescimentos foram de 8,15%, 7,12% e de 6,92%, respectivamente.

 

Além do clima, diversos produtores de leite realizaram investimentos na propriedade em razão da elevação de preços registrados nos últimos meses, o que contribuiu para elevar ainda mais a oferta disponível atualmente. A maior captação, por sua vez, propiciou o aumento dos estoques em praticamente todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, resultando em menor necessidade de compra por parte das indústrias. Agentes relataram, ainda, a entrada de leite das regiões Sul e Sudeste nos Estados do Nordeste, devido ao excesso de matéria-prima.

 

Segundo indicações de agentes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea, a expectativa é de nova queda nos preços. A maioria dos entrevistados (89,7%), que representa 96,1% do leite amostrado, indica que haverá baixa nos valores em o preço médio bruto pago em dezembro ao produtor foi de R$ 1,04 pelo litro janeiro/14. Outros 10,3% dos agentes, que representam 3,9% do volume amostrado de leite, acreditam em estabilidade. Não houve expectativa de alta para janeiro.

 

No mercado de derivados, as variações também foram negativas, em decorrência dos estoques elevados e do enfraquecimento da demanda por produtos lácteos. Os preços médios do leite UHT e do queijo mussarela negociados no atacado de São Paulo em dezembro (cotados até o dia 26) fecharam em R$ 2,013/litro e R$ 12,326/kg, respectivamente, 7,62% e 3,47% inferiores às médias de novembro. A pesquisa de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).

 

http://www.dm.com.br/texto/159629-goias-lidera-queda-de-preaos

 

 

 

 

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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