O evento foi coordenado pelo professor Fernando Campos Mendonça, do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz‘ (Esalq-USP) e realizado pelo Sebrae Mato Grosso. De acordo com o professor, o objetivo é capacitar técnicos de nível médio e superior ligados à extensão rural para que estejam preparados para a elaboração de projetos e orientar produtores rurais no manejo de irrigação de pastagens. Na ocasião foram trabalhadas aulas teóricas e práticas envolvendo temas como balanço hídrico para planejamento de projetos de irrigação, manejo com o método Evaporação Planta Solo (EPS), amostragem de solo, entre outros temas.
O pesquisador Fernando de Campos diz ainda que o curso também tem a função de difundir informação e capacitar sobre o uso sustentável da água nas atividades pecuárias, tratando das principais questões produtivas, ambientais, sociais e econômicas relacionadas à irrigação de pastagens e ao manejo hídrico da produção de leite. O zootecnista Danilo Antônio Barbosa, que atua junto aos produtores de Barra do Garças e Ribeirãozinho, considera muito importante a realização de um curso de capacitação dessa natureza. “Os produtores são muito carentes de informação, sempre que estamos nas suas propriedades eles querem informações novas, dependem muito do que temos a oferecer. Dessa forma, quanto mais nos reciclarmos mais teremos a oferecer a eles”.
Criado pela Embrapa Pecuária Sudeste com foco na geração de renda, o projeto Balde Cheio começou há 15 anos em cinco propriedades rurais duas em São Carlos (SP) e três em Muriaé (MG). Atualmente, está presente em quatro mil propriedades de 700 municípios em 24 estados. Em Mato Grosso, onde existem cerca de 30 mil propriedades rurais desenvolvendo atividade leiteira, o projeto começou em 2009 tendo o Sebrae como principal articulador e com a participação de dez propriedades rurais. Hoje, são 36 unidades demonstrativas e o projeto funciona em 500 propriedades de seis regiões Sul, Médio e Norte Araguaia, Porta da Amazônia, Noroeste e Central. Os municípios fazem convênio com o Se- brae para a capacitação dos técnicos.
O gestor do projeto no Sebrae em Mato Grosso, Aureliano da Cunha Pinheiro, diz que os primeiros resultados do Projeto começam a surgir a partir do terceiro ou quarto ano, se consolidando em dez a 15 anos, daí a importância do acompanhamento técnico ao longo deste período para que os produtores não desistam e se percam pelo caminho. E, sendo capacitados em cursos como este de irrigação de pastagens, dá mais suporte para a continuidade dos trabalhos.
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