A pecuária leiteira, praticada basicamente por produtores familiares, tem grande relevância econômica e social para Rondônia. Sabendo disso e com foco no desenvolvimento sustentável deste setor produtivo, a Embrapa, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar/RO, deu início a um novo método de capacitação, o modular. Nele, 20 técnicos de instituições públicas e privadas ligadas à produção de leite no estado e presentes nas principais regiões produtoras, participaram de todas as etapas – 136 horas de cursos – e estão preparados para levar conhecimento atualizado, tecnologias e boas práticas aos produtores de leite de Rondônia, promovendo a melhoria do setor produtivo e, consequentemente, da renda e qualidade de vida das famílias no campo.
Para se ter uma ideia do potencial de transformação que este tipo de treinamento pode proporcionar, o médico veterinário da Embrapa Rondônia e coordenador do curso, Rhuan Lima, explica que a multiplicação de conhecimentos possibilita que tecnologias adequadas às condições de Rondônia cheguem ao campo e possam maximizar a eficiência produtiva das propriedades. “Se considerarmos que um técnico tem condições de prestar assistência técnica efetiva e de qualidade a cerca de 30 produtores, a Embrapa estará contribuindo para que a cada ano mais de 600 produtores, no mínimo, possam receber assistência técnica de profissionais altamente capacitados”, reforça Lima.
Nesta capacitação modular, os técnicos que participam das ações continuadas ao longo do ano têm conhecimento teórico e prático mais completo e aprofundado. Para o médico veterinário da Emater de Ouro Preto do Oeste (RO), Vinícius Oliveira, o nível de qualidade do curso é alto e o aprendizado é grande. «É uma oportunidade de ter acesso às informações e tecnologias atualizadas e com profissionais altamente qualificados», comenta. Quanto ao formato da capacitação, o médico veterinário complementa que fortalece a cadeia produtiva e melhora a transferência de tecnologias para os produtores. «Com este tipo de capacitação a Embrapa demonstra sua preocupação com o repasse de informações e tecnologias para a sociedade e se coloca aberta às discussões levantadas pelos atores da cadeia produtiva do leite, isso soma muito e melhora os resultados de todos», conclui.
De acordo com o chefe-geral da Embrapa Rondônia, Alaerto Marcolan, esta ação fortalece ainda mais as parcerias e interações entre as instituições voltadas para o setor produtivo, unindo esforços para promover melhorias no campo, tanto em aumento de produtividade, sanidade e qualidade dos produtos agropecuários. «Além de buscarmos meios de levar ao campo tecnologias, também precisamos absorver demandas da sociedade. Estas são ações que fortalecem e promovem maior interação com o setor produtivo e o desenvolvimento da agricultura em Rondônia», afirma.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia – Faperon, e do Conselho deliberativo do Senar/RO, Hélio Dias de Souza, concorda e reforça. «É preciso trabalhar de forma integrada pesquisa e extensão rural. É fundamental que a Embrapa nos subsidie de informações e tecnologias apropriadas para que nossos instrutores de campo possam levar os conhecimentos gerados pela pesquisa da Embrapa nas mais diferentes áreas», destaca.
A capacitação continuada da Embrapa Rondônia teve início com o Sistema de Produção de Leite, mas deve abranger todas as áreas de atuação da Unidade no estado: café, florestas e produção vegetal (grãos). No módulo de leite foram 136 horas de cursos e, para ministrar as capacitações, uma equipe qualificada de profissionais da Embrapa de todo o país foi mobilizada. «Os participantes tiveram à disposição tecnologias e informações atualizadas transmitidas por especialistas nos assuntos abordados. Desta maneira fortalecemos o elo com o setor produtivo e o acesso deles às tecnologias já disponíveis», destaca Rhuan Lima.
Os participantes deste módulo do Sistema de Produção de Leite são técnicos da Ampliari, Associação de Produtores Rurais de Ouro Preto do Oeste – ASPRUMOP, Escola Família Agrícola Itapirema, Emater-RO, laticínio DJM, laticínio Italac, Laticínio Jóia, Secretária de Agricultura do Município de Porto Velho, Secretária de Agricultura do Município de Jaru e Senar-RO. Eles representam os municípios de Alta Floresta D’oeste, Ji-Paraná, Porto Velho, Nova União, Itapuã Do Oeste, Jaru, Cacoal, Vilhena, Pimenta Bueno, Ouro Preto Do Oeste, Nova Mamoré, Cacaulândia.
A pecuária leiteira em Rondônia
No estado de Rondônia a pecuária leiteira é praticada por quase 34 mil produtores, segundo dados da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron, 2016), e tem grande relevância econômica e social, com a mão de obra empregada nas propriedades basicamente familiar. A produção de leite do estado apresentou crescimento na última década, entretanto este aumento se pautou, em grande parte, do aumento de áreas exploradas e de rebanho, sendo ainda considerada como uma produção de baixo nível tecnológico. Apesar do baixo índice de adoção de tecnologias, Rondônia figura como o 9° estado brasileiro em produção de leite, o maior produtor da região Norte (IBGE, 2016), o que demonstra o grande potencial de crescimento da pecuária leiteira no estado. A adoção de tecnologias básicas, recomendadas para as condições específicas do estado, propiciará exponencial ganho de produtividade aos pecuaristas rondonienses. «Se Rondônia já figura como grande produtor nacional de leite com baixa utilização de tecnologias e sistemas de produção pouco eficientes, imaginemos onde poderá chegar com a adoção de tecnologia», comenta Rhuan Lima. É neste sentido que são definidas as estratégias de transferência de tecnologias da Embrapa Rondônia, com foco na capacitação de profissionais que atuam em assistência técnica e extensão rural, capazes de difundir e multiplicar o alcance dessas tecnologias».
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Renata Siva (MTb 12361/MG)
Embrapa Rondônia