Criação de ovelhas pode ser opção rentável para produtores gaúchos

Criação de ovelhas Rio Grande do Sul tem maior rebanho do país. Animais podem ser criados para abate, produção de lã ou até comércio de leite.
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Rio Grande do Sul tem maior rebanho do país. Animais podem ser criados para abate, produção de lã ou até comércio de leite.
Se bem conduzida, a criação de ovelhas, uma das mais antigas do Brasil, pode ser um negócio altamente lucrativo. A ovinocultura chega a render 8,5% ao ano, despontando como uma alternativa vantajosa para produtores que têm dinheiro guardado na poupança e desejam investir.
São diferentes destinações comerciais: os animais podem ser criados para produção de leite, extração de lã e venda de carne. Mesmo com preços acima das versões bovina, suína e de frango, a carne ovina registra procura maior do que a oferta no comércio.
Hoje, existem pelo menos 800 raças de ovelhas no mercado, entre domésticas e selvagens. Como são animais do campo, se adaptam melhor a regiões secas e montanhosas. O ideal é escolher uma propriedade em uma área rural, com um terreno de pasto abundante e nutritivo.
«A pessoa tem que definir qual espaço ela tem para fazer a criação, porque esse espaço vai delimitar o quanto de alimento ela consegue produzir. O alimento é o fundamental para ter um desempenho econômico da propriedade racional. Um animal depende do volume ‘X’ de alimento, de matéria verde, ou de feno, ou de ração, e esse volume deve ser produzido naquela área que a proprietária tem para fazer a sua criação», orienta o professor da Unipampa especializado em sanidade animal Tiago Correia.
No geral, os ovinos costumam ser animais dóceis, mas isso não impede que eles fiquem estressados e tentem fugir. Para evitar que isso aconteça, é recomendado cercar o terreno com palanques de concreto e tela.
Para o especilaista para começar uma produção cerca de duzentas matrizes são suficientes para que uma propriedade familiar dependa apenas da ovinocultura. Mas ele aponta a fata de mão de obra especializada como um complicador para o avanço da produção.
«São animais que requerem uma mão de obra treinada. Cada vez mais escassa, essa mão de obra seria o limitante apontado, em muitos casos, como o número um para a redução na produção de ovinos no Rio Grande do Sul», explica Tiago.
Geralmente, um ovino macho pode chegar a pesar entre 35 e 180 quilos, dependendo dos cuidados que recebe. A alimentação deve estar no topo da atenção e envolve todas as fases.
«Para criar, para produzir o cordeiro, para a ovelha entrar no cio, para ela parir com qualidade, para o carneiro fazer um acasalamento e ter sêmen de qualidade, precisa de um planejamento forrageiro. Comida em todas as fases, comida de qualidade para todas as fases se é necessário», recomenda o professor.
Ovinocultura em Uruguaiana
O Rio Grande do Sul tem o maior rebanho de ovinos do país, são pelo menos três milhões de animais. Cerca de 6% do total está no município de Uruguaiana, na Fronteira Oeste. A cidade produz, por ano, 420 mil quilos de carne e 500 mil quilos de lã.
A cabanha Santa Angela, que é referência no setor, trabalha com cerca de 500 animais de três raças: Merino, Ideal e Corriedale.
«As raças de maior aptidão para carne e lã são a raça Corriedale e raça Ideal, com maior disposição no mercado para compra. A raça Merino, ela também é produtora de carne, mas ela, por excelência, produz uma lã de maior qualidade, a carcaça não é tão pesada», explica Tiago.
O cruzamento de raças, para tirar o melhor de cada uma, também é uma prática comum na ovinocultura. Os carneiros e as ovelhas ficam prontos para se reproduzir quando estão entre 18 e 30 meses de vida. A vantagem de quem começa com um rebanho pequeno é que ele pode aumentar mais rápido se comparado a outros animais. A gravidez de gêmeos é muito comum entre as ovelhas.
O frio em excesso, durante o inverno gaúcho, pode provocar prejuízos na criação, inclusive levando à morte dos animais. De acordo com a Emater, cordeiros com menos de três quilos e meio dificilmente resistem às baixas temperaturas. Nesse período, a alimentação recebe um reforço nutricional, além do pasto.
Os cuidados com a aparência também são redobrados. O casco em excesso é retirado para que os ovinos não se machuquem. Já a lã, que poderia parecer uma vantagem no frio, acaba sendo um problema para as ovelhas. Por isso, alguns produtores optam por tosar os animais. Assim, eles podem se alimentar melhor.
«Para começar a ovinocultura, é necessário fazer um plano de negócios. Fazer um planejamento sobre como compra e como vende o produto, qual mercado ela vai abastecer, se há comprador dessa lã, se há valorização do produto na região e se a carne também é valorizada», finaliza Tiago.
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/campo-e-lavoura/noticia/criacao-de-ovelhas-pode-ser-opcao-rentavel-para-produtores-gauchos.ghtml

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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