Coolapa suspende produção de #leite com suspeita de adulteração em MG

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Pedido foi feito pelo Ministério da Agricultura após análises do Procon. Segundo MP, excesso de soro no produto seria para aumentar lucro.
A pedido do Ministério da Agricultura, a Cooperativa Agropecuária Paraísense (Coolapa) suspendeu a produção do leite pasteurizado que supostamente estaria adulterado. Análises de amostras do produto comercializado pela cooperativa apontaram uma quantidade de soro acima do permitido, o que o faria estar impróprio para o consumo humano. A indústria, que fica em São Sebastião do Paraíso (MG), processa diariamente 40 mil litros de leite.

O laudo técnico do Procon apontou 183 miligramas por litro de CMP – proteína encontrada no leite – quando o permitido é até 30 mg/l. Também foi encontrado 0,11 miligramas de cloreto por 100 gramas de amostra, resultado 10% superior ao esperado. De acordo com o parecer técnico do Procon, o soro de leite adicionado ao produto tem como objetivo aumentar o volume e consequentemente o lucro.

Para o médico gastroenterologista Luiz Henrique de Souza Pinto, o consumo excessivo destas substâncias pode causar problemas de saúde. “A preocupação nossa é em relação à intoxicação, que acaba trazendo problemas gastrointestinais e em relação às alergias”, afirma.

A pedido do MP, funcionários da cooperativa apresentaram o resultado da análise do mesmo lote verificado nesta quinta-feira (15) e a quantidade de CMP encontrado foi de 10 mg/l. A engenheira de alimentos da Coolapa, Nara Mendes Queiroz, questiona a análise feita a pedido da promotoria. Segundo ela, o leite o que chega à cooperativa passa por três etapas de análise e recebe o selo de inspeção federal dentro da empresa. As amostras de todos os lotes são armazenadas até o vencimento.

“Nós não acompanhamos esse procedimento de coleta. Não sabemos se ele foi realizado corretamente, a temperatura, o armazenamento e o transporte. A gente questiona porque as nossas análises estavam todas dentro do padrão”, alega.

Um dos advogados da empresa, Guilherme de Souza Borges, afirma que a empresa já tomou todas as providências para que a produção volte ao normal.

«Nós já apresentaremos ao MP as provas técnicas demonstrando que os índices físico e químico do leite não foram adulterados e, portanto, não há impropriedade para consumo humano. Com isso, pediremos ao MP que revoge esse embargo que ele impôs. Caso contrário, a cooperativa optará pela impetração do mandado de segurança recorrendo ao Judiciário a intervenção para suspender essa decisão que nós entendemos ser arbitrária e abusiva», conclui.

Novas amostras de leite foram coletadas e enviadas para mais uma análise para verificar se existem outras irregularidades com o produto. O resultado deve ficar pronto em no máximo 15 dias.

Denúncia
Conforme o MP, há cerca de seis meses a Ouvidoria do órgão recebeu uma denúncia anônima de que a cooperativa adulterava o leite. Segundo o Ministério Público, parte do produto era distribuído em Campinas (SP) e para a Secretaria de Desenvolvimento Social de São Paulo, na capital. Em fevereiro, uma amostra foi encaminhada para análise. No dia 1º de abril, um laudo técnico com o resultado comprovou que havia adulteração no leite. A multa por descumprimento da proibição da comercialização é de R$ 10 mil por dia.

A comercialização do leite pasteurizado da cooperativa foi suspensa na cidade pelo Ministério Público através de uma medida cautelar. A Vigilância Sanitária está orientando os comerciantes a retirarem o produto das prateleiras desde terça-feira.

A Secretaria de Desenvolvimento Social de São Paulo informou nesta quinta-feira que ainda não foi notificada sobre a investigação.

Adulteração do leite em Passos
O caso de São Sebastião do Paraíso lembra a «Operação Ouro Branco», realizada pela Polícia Federal em outubro de 2007. Cerca de 200 policiais federais realizaram a operação na Copervale, em Uberaba e na Casmil, em Passos. No Sul de Minas, 9 pessoas foram presas, entre elas técnicos e diretores da cooperativa e um funcionário do Serviço de Inspeção Federal. As cooperativas eram investigadas por adulterar o leite com a adição de produtos químicos. Na ocasição, galões e sacos de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e citrato de sódio, foram apreendidos no laticínio da Casmil.

 

Segundo o Ministério Público, as substâncias eram adicionadas ao leite com o objetivo de aumentar o tempo de conservação do produto e disfarçar a adição de soro usado para dar mais volume à bebida. A Casmil chegou a ser interditada pelo MP. Dias depois, o beneficiamento do leite e a comercialização foram retomados.

Em julho de 2013, vinte e seis pessoas foram condenadas pela Justiça Federal de Passos (MG) por participação na adulteração do leite. As penas variavam de 2 a 17 anos de prisão. Entre os condenados está o então presidente da cooperativa na época, Dácio Francisco Delfraro, que recebeu uma pena de 15 anos e 5 meses de prisão. O diretor-presidente da cooperativa entre 2003 e 2006, José Calixto Mattar, também foi condenado, assim como um funcionário do Ministério da Agricultura, Luiz Antônio da Silveira, responsável pela fiscalização na unidade.

Para que esta mistura não fosse apontada nos exames, era usada uma fórmula com quatro substâncias químicas: peróxido de hidrogênio (água oxigenada), soda cáustica, citrato de sódio e uma pasta base. A fórmula teria sido passada aos funcionários da Casmil por um engenheiro de Goiás. Funcionários, diretores e o inspetor do Ministério da Agricultura na cidade foram presos na época. Notas fiscais e boletins de análise da época comprovaram que o leite batizado na Casmil ia para várias empresas do país.

Na sentença, o juiz federal Élcio Arruda confirmou que houve a a adição de água oxigenada e de quantidade indevida de água no leite, conforme exames feitos pelo Instituto Nacional de Criminalística e pelo Laboratório Nacional Agropecuário.

http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2014/05/coolapa-suspende-producao-de-leite-com-suspeita-de-adulteracao-em-mg.html

 

 

 

 

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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