# Cadeia produtiva lista prioridades para fim da crise

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As principais demandas – para médio e longo prazo – da cadeia produtiva mineira do leite estão sendo listadas e serão entregues aos governos estaduais e federal pela FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais) nos próximos dias. O documento é fruto do debate entre produtores, sindicatos, cooperativas e indústrias do setor durante a realização do Workshop da Cadeia Produtiva do Leite, no iní­cio da semana, em Belo Horizonte.

Dentre os principais temas, destacou-se a necessidade de implementação de polí­ticas públicas que defendam a competitividade da produção láctea mineira no mercado doméstico. Foi uní¢nime a constatação de que é preciso regular as importações desenfreadas, sobretudo da Argentina e do Uruguai. Solicitações antigas do setor, a isenção do PIS/COFINS das rações e suplementos minerais e a subvenção do frete do milho e caroço de algodão para minimizar os efeitos da crise em razão da alta nos custos (milho e soja), refletem a necessidade de se desonerar a cadeia; produtores e indústria.

Outro ponto é a oferta de capacitação e aperfeiçoamento da mão de obra, além da ampliação de assistíªncia técnica continuada, fortalecendo programas como o Balde Cheio, Minas Leite e Educampo. O objetivo é trabalhar pontos do processo produtivo de forma a minimizar os custos de produção, já que não tem sido possí­vel trabalhar o preço do produto.

A melhoria da qualidade foi estabelecida como outra prioridade. Os participantes do encontro destacaram a necessidade de mais polí­ticas públicas com investimentos em programa de sanidade animal e qualidade do leite, além do reconhecimento pela indústria, com remunerações que façam jus í  qualidade alcançada.

Outras demandas destacadas foram por mais investimentos em tecnologia, pesquisa e transferíªncia de conhecimentos para o desenvolvimento do setor em todas as etapas da cadeia produtiva, além da criação de um Conseleite em Minas. Assim como já acontece em outros estados brasileiros, o conselho paritário entre produtores e indústria serviria como espaço democrático e transparente para discussão de temas diversos e negociação de preços diante do mercado.

Mercado

Realizado pela FAEMG dentro da série de encontros Fórum da Agropecuária Mineira: Realidade e Rumos, o Workshop da Cadeia Produtiva do Leite reuniu o setor em momento de crise, com altos custos de produção, grande volume de importação e queda de preços ao produtor. Cenário ideal para se repensar os caminhos seguidos e seus impactos, segundo o coordenador do Programa Balde Cheio da FAEMG, Walter Ribeiro. “As crises são importantes para o setor produtivo avaliar os pormenores de tudo que está fazendo e descobrir quais pontos podem ser melhorados para ganharmos competitividade”
Rodrigo Alvim, Presidente da Comissão de Pecuária de Leite da CNA

A análise do mercado foi o foco das palestras do diretor da FAEMG e presidente das Comissões Técnicas de Leite da Federação e da CNA, Rodrigo Alvim, e do presidente do Silemg, Guilherme Olinto Resende, que apresentaram números e comparativos que deram uma boa ideia dos principais problemas vividos pelos pecuaristas de leite e pela indústria de laticí­nios.

Eles lembraram que a crise tem iní­cio da porteira para dentro, com os custos de produção muito altos atualmente, sobretudo a partir do segundo semestre de 2011 com a alta dos preços do milho e da soja, principais componentes da ração animal. Enquanto os custos em agosto de 2012, comparados com agosto de 2011, são 27,26% maiores (de acordo com o IPCLeite, da Embrapa Gado de Leite), o preço do leite pago ao produtor caiu em torno de 7,8% (corrigido pelo IGPDI da Fundação Getúlio Vargas, segundo o Cepea/Esalq/USP).

O reajuste salarial, antecipado e acima da inflação, também pesou sobre a produção, com um aumento real, pelo terceiro ano consecutivo, de 12% no custo da mão de obra em 2012. Para se ter uma ideia, este item representava cerca de 10% dos custos totais. Hoje, reflete entre 15 a 25% sobre o custo da produção. A soma de ração e mão de obra passou de 50% para cerca de 70 a 75% dos gastos atuais do produtor de leite (COE – Custo Operacional Efetivo).

No pós-produção, a polí­tica cambial é outro fator preocupante. A valorização do real frente ao dólar reduz a competitividade do leite brasileiro no mercado mundial e propicia um cenário muito melhor para a importação de produtos lácteos de paí­ses como a Argentina e o Uruguai. Importações elevadas e quedas de preços dificultam a competitividade e desestimulam a produção interna.

Perspectivas favoráveis

Apesar do cenário pessimista, as perspectivas apresentadas pelo analista de mercado da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro de Lima Filho são bastante animadoras. Em curto prazo, neste último quadrimestre do ano, o setor já encontra melhora, com melhora dos preços em decorríªncia de baixos estoques, uma vez que a captação foi prejudicada pela seca e alta da ração.

Em médio prazo, a previsão é de redução dos custos de produção com uma boa temporada de chuvas e melhoria das pastagens, em novembro, reduzindo a dependíªncia de insumos como a soja e o milho. Para o analista, o mau momento atravessado pelo setor nos últimos meses terá bons reflexos no médio/longo prazo, já que o cenário trouxe desmotivação, inclusive com o descarte de vacas leiteiras. O resultado deverá ser a redução da oferta de leite, possibilitando uma alta de preços interessante para o produtor.

Segundo Rodrigo Alvim, esta é também a análise feita pelo Rabobank para o mercado mundial. “Após anos de aumento da produção, em torno de 3,5 a 4%, passaremos por um perí­odo em que o aumento da produção não atenderá o da demanda”. Já para 2013, o Rabobank prevíª altas nos preços do leite em pó para US$ 3800 por tonelada no mercado internacional.

Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais – FAEMG
http://www.faemg.org.br/

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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