Após escândalo do #leite adulterado, produtores do RS redobram cuidados

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Desafio dos pecuaristas é aumentar volume garantindo a qualidade. Opção mais barata nem sempre é a mais adequada, alerta especialista.

 

Presente em 93% dos municípios do Rio Grande do Sul, a atividade leiteira é uma importante fonte de renda no campo. Com o consumo crescente, o desafio dos pecuaristas é aumentar o volume da produção, sem deixar de garantir a qualidade do produto. Em um ano marcado por denúncias de adulteração do leite na indústria, o setor se despede de 2013 com a certeza de que os cuidados são necessários em toda a cadeia produtiva.

 

O leite é o nosso primeiro alimento ao nascer e é considerado fonte de crescimento. Mas até chegar à mesa do consumidor, o processo de produção é longo e cheio de cuidados. Ele começa na escolha correta da semente que vai resultar na alimentação do gado.

 

Segundo Gustavo Martins da Silva, pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, o produtor precisa ter atenção para escolher a semente certa. Há sementes distintas para duas épocas do ano, inverno e verão. As mais comuns para o frio são a aveia e o azevém. Para o calor, o milheto e o sorgo forrageiro.

 

Não se influenciar pelo preço é uma das dicas. Ou seja, a opção mais barata nem sempre é a mais adequada. Além disso, Gustavo alerta que outros três aspectos precisam ser analisados na hora da compra: a genética, a qualidade física e a qualidade fisiológica das sementes.

 

“Hoje, a gente tem um conjunto de cultivares das mais diferentes espécies forrageiras que estão disponíveis no mercado. Seria muito importante se o produtor pudesse conhecer esses cultivares. Outro aspecto é a pureza. Às vezes, alguns lotes de azevém e vê que semente não parece estar tão ruim, mas em uma análise mais criteriosa, a gente observa algumas coisas. E o terceiro aspecto é a qualidade fisiológica que tem a ver com a germinação e o vigor, ela pode superar problemas climáticos por exemplo no estabelecimento», diz o pesquisador.

 

Para ter um bom alimento no campo para o rebanho, garantir a produtividade e um leite de qualidade, o produtor rural José Ricardo Saraiva optou por comprar apenas sementes certificadas.

 

“Tem que tomar cuidado com a semente porque se a gente não usar uma semente de qualidade, uma semente fiscalizada, nós estamos trazendo inço para nossas pastagens. É muito importante trabalhar com sementes certificadas, tanto de verão quanto de inverno”, recomenda.

 

A escolha certa de sementes e mudas é importante para desenvolver uma pastagem com quantidade e qualidade o ano todo. Em Pelotas, no sul do estado, novas cultivares de forrageiras vêm apresentando resultados positivos aos produtores. Uma delas é o capim elefante-anão BRS Kurumi.

 

“É um material que não vai ficar tão alto e principalmente vai ter uma característica de grande concentração de folhas na altura que os animais vão aproveitar. É um material perene, que sobrevive de um ano para o outro e cobre dois momentos muito críticos para os pecuaristas gaúchos: a primavera e o outono”, diz a pesquisadora da Empraba Andrea Mittelmann.

 

Essa variedade demora cerca de dois meses para chegar à altura ideal, de 80 centímetros. O trabalho de melhoramento genético em plantas é divulgado aos produtores com a entrega de mudas. Além disso, outros fatores podem interferir na qualidade do leite, como a preparação das novilhas e a preocupação com a sanidade do rebanho.

 

“Além do calendário de vacinações normal do rebanho, existe também a questão da mastite, que é a infecção da glândula mamária. Então, o produtor rural precisa ter um manejo adequado para evitar ou minimizar os casos de mastite. Assim o produtor vai produzir um produto final com valor agregado maior, melhor remuneração, e oferecer para o consumidor uma matéria-prima de melhor qualidade”, diz a pesquisadora Maira Zanela.

 

Na hora da ordenha, alguns cuidados também são fundamentais. Manter o ambiente limpo, por exemplo, diminui os riscos de contaminação, alerta o técnico da Embrapa, Sérgio Bender. Outros cuidados para o resfriamento adequado do produto também são fundamentais.

 

“Para isso, o produtor precisa ter uma higiene limpa, fazer os processos pré e pós-diping, que é pré e pós-limpeza. Vai precisar fazer o trabalho de resfriamento rápido do leite, ter equipamentos de ordenha adequados e rápidos e um resfriador potente. Em pouco tempo esse leite tem que sair de uma temperatura de 37ºC e chegar a 4ºC no resfriador”, destaca.

 

Na propriedade de Airton Motta, no interior de Canguçu, no Sul do estado, o resfriador a granel tem capacidade para mil litros de leite e faz com que o produto chegue à temperatura considerada ideal em 40 minutos. Por ter investido em um rebanho de qualidade, a produção leiteira foi valorizada na indústria. Por cada litro, ele ganha R$ 0,20 acima da média de preço.

 

“Uma vaca boa é cara. Então tu tens que ter cuidados com ela. Não deixar o animal ficar no barro, dar um ambiente limpo para o animal e comida à vontade para as vacas. Tu tens que estar sempre investindo e aprendendo coisas novas para conseguir melhorar”, conta o produtor.

 

Com uma produção de 400 litros por dia, o pecuarista sabe que precisa ter controle de todo o sistema de produção. Diariamente, ele encaminha amostras individuais para o laboratório de qualidade do leite, da Embrapa Clima Temperado, em Pelotas. Lá, os profissionais analisam a composição nutricional da bebida, a contagem de gorduras, proteínas, e bactérias, garantindo segurança ao produtor e a qualidade na mesa do consumidor.

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/campo-e-lavoura/noticia/2014/01/apos-escandalo-do-leite-adulterado-produtores-do-rs-redobram-cuidados.html

 

 

 

 

 

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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