China e o seu potencial de se tornar a maior importadora de queijos do mundo

“Rocky” Jia nunca viu queijo quando criança. Ele nunca havia provado um até seus 25 anos de idade, quando conseguiu um emprego na Jenny Lou’s, uma cadeia de supermercados chinesa que fornece produtos importados de alta qualidade.
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“Rocky” Jia nunca viu queijo quando criança. Ele nunca havia provado um até seus 25 anos de idade, quando conseguiu um emprego na Jenny Lou’s, uma cadeia de supermercados chinesa que fornece produtos importados de alta qualidade.

“Rocky” Jia
O garoto que nunca provou queijo, hoje, aos 37 anos, supervisiona o setor de compra de queijos de varejo do mundo. 
Queijo importado consumido na China
Quando ele aceitou o trabalho na Jenny Lou’s, Jia começou a provar os queijos goudacheddar e parmesão. Agora ele gosta dos queijos mais fortes, como o queijo bleu, por exemplo. Segundo o vendedor, seu favorito é o colby jack americano. «À medida que a economia da China continua crescendo e nossa sociedade continua se abrindo para outras culturas, há mais interações com o Ocidente e outros países que produzem queijo», explicou Jia, em uma entrevista em seu escritório. «Haverá mais aceitação de queijos entre os consumidores chineses», acrescentou.
Queijos na China
Variações de queijos consumidos na China
O queijo está rapidamente se tornando um alimento entre as primeiras opções dos consumidores nas metrópoles da China, especialmente entre os jovens. Tendências sustentadas pelos jovens e afluentes sem dúvida se espalharão.
Os números não mentem
De acordo com as estatísticas, as importações chinesas de queijo registraram uma taxa de crescimento anual composta de 27%. O país já é o 7º comprador de queijo do mundo em volume, no entanto, está apenas no início.
“A China se tornará o maior importador de queijo do mundo nos próximos 10 anos e poderá alcançar esse marco ainda mais cedo”, disse Ross Christieson, diretor da unidade de negócios do Conselho de Exportações de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC) para o norte da Ásia.
Christieson vê cinco grandes impulsionadores:

  • Aumento dos agregados familiares de classe média alta e influenciadores;
  • Uma nova geração de consumidores sofisticados e com maior liberdade, que nasceu na década de 1980;
  • O poder crescente e a facilidade do comércio eletrônico distribuindo queijo nas casas chinesas;
  • A propagação contínua de pizza no estilo ocidental, juntamente com o aumento da utilização de queijo por confeitarias domésticas;
  • Cadeias de food service introduzindo mais o público chinês ao prazer de se consumir queijo.


As importações de queijo dos EUA aumentaram em 2017
A China é um importante mercado em crescimento para a indústria de lácteos dos EUA, com o queijo como foco principal. Em 2017, os Estados Unidos venderam US$ 577 milhões em produtos lácteos para a China, um aumento de 49% em relação ao ano anterior. As importações de queijo dos EUA para a China aumentaram 46%.
A indústria de lácteos dos EUA suporta quase 3 milhões de empregos. Se os fornecedores de queijos dos EUA continuarem a fazer incursões na China, isso significaria mais exportações dos EUA e mais empregos. «Como possuem uma oferta abundante de leite, os exportadores americanos de lácteos estão equipados de forma única para atender à crescente demanda chinesa, não apenas pelo queijo, mas por uma ampla gama de lácteos nutritivos e de alta qualidade produzidos com segurança e sustentabilidade», disse o presidente e CEO do USDEC, Tom Vilsack. «Esta é uma parceria que continuará beneficiando os dois países nos próximos anos», completou.
Tarifas colocam novo desafio
O crescimento este ano será desafiado por novas tarifas, parte de um desacordo comercial entre a China e os Estados Unidos.
Os Estados Unidos anunciaram tarifas em diversos produtos chineses no dia 15 de junho. A China, por si própria, retaliou no mesmo dia, anunciando tarifas sobre centenas de exportações dos EUA, incluindo uma ampla gama de produtos lácteos. As tarifas chinesas chegam a 25% na maioria dos produtos lácteos dos EUA. As mesmas colocam os Estados Unidos em desvantagem competitiva contra a Nova Zelândia, a União Europeia e exportadores de queijo de outros países, disputando a crescente demanda por queijo em um país com 1,4 bilhão de habitantes para alimentar, uma população quatro vezes maior que a dos Estados Unidos.
Apesar das tarifas, a China é um mercado que continua sendo uma parte vital da estratégia de longo prazo da indústria de lácteos dos EUA para aumentar as exportações.
Alta no queijo dos EUA
Sentado em sua mesa para a entrevista utilizando um tradutor, Jia explicou porque o queijo não estava disponível em sua cidade natal, chamada Luoyang, com 1,8 milhão de habitantes. «Simplesmente não havia queijo. Os chineses também não tinham a redes de fast food KFC ou McDonald´s».
Em 12 anos, Jia trabalhou como gerente na sede da Jenny Lou’s em Nongzhanquan, no distrito de Chaoyang, em Pequim, onde supervisionava a compra de queijos de varejo de todo o mundo. «Construa e eles virão», é uma expressão de confiança frequentemente citada em um filme de beisebol clássico, chamado «Field of Dreams». Jia diz que o mesmo se encaixa sobre os consumidores chineses: «Traga queijo norte-americano e vamos comê-lo.»
«No momento, os consumidores chineses ainda estão em um estágio inicial com o queijo, mas veja o que aconteceu com os hambúrgueres: os norte-americanos enviaram hambúrgueres para o mercado chinês e os chineses aceitaram imediatamente. Esse é o mesmo conceito aplicado aos queijos”.
As informações são do blog da USDEC, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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