Selo de Pureza valoriza marcas de leite 100% de búfala

Altos teores de sólidos, elevados índices de gordura e de proteína, composição diferenciada em termos de cálcio, fósforo e outros elementos, menos colesterol e maior rendimento industrial.
Share on twitter
Share on facebook
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email
Altos teores de sólidos, elevados índices de gordura e de proteína, composição diferenciada em termos de cálcio, fósforo e outros elementos, menos colesterol e maior rendimento industrial. Atributos não faltam para o leite de búfala ser atraente à indústria de laticínios e também aos consumidores. Até por isso, os produtos são diferenciados e valorizados, como é o caso da mozzarella de búfala. Porém, ainda falta produção para atender aos nichos que pagam mais por alimentos de qualidade superior.
Conscientizar o consumidor sobre os diferenciais do leite de búfala puro estão entre as prioridades da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB), entidade criada em 1960 e credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o registro genealógico da espécie e fiscalização do setor de derivados lácteos.
Atualmente, o rebanho de búfalos no Brasil é estimado em até 1,8 milhão de animais espalhados por todas as regiões, especialmente o Norte, que responde por cerca de 70% do plantel. A ABCB estima haver 16 mil fazendas de búfalos no país. São gerados cerca de 80 mil empregos diretos pela atividade.
Espécie de tripla aptidão (corte, leite e tração), o búfalo é responsável por perto de 100 milhões de litros de leite/ano, produção distribuída entre os cerca de 150 laticínios espalhados pelo país. Apesar de ter rebanho de pouco mais de 100 mil cabeças (8º no ranking nacional), o Estado de São Paulo lidera em produção de leite de búfala, representando cerca de 25% do total. Pará, Minas Gerais e Amazonas vêm a seguir. Juntos, esses quatro estados respondem mais de 70% da produção de leite.
Segundo dados da ABCB, em 2016 o valor da produção de produtos lácteos de búfala no varejo atingiu R$ 666 milhões. A receita atual está perto de R$ 1 bilhão, estima Mariana de Almeida Prado, coordenadora executiva do Programa de Certificação da ABCB.
O programa de certificação da entidade, o Selo de Pureza, é uma das mais importantes bandeiras da ABCB. Criado em 2000, o selo tem gestão terceirizada ao Instituto Totum desde 2013 e analisa cerca de 20 marcas por ano para avaliar o teor de pureza do produto derivado do leite de búfala. Atualmente, sete marcas ostentam o Selo de Pureza 100% Búfalo da ABCB. São elas: Bom Destino, Bubalinas, Búfalo Dourado, Almeida Prado, Tapuio, Bufalíssima e La Vera. “Estas marcas atendem aos critérios do programa de certificação e podem incluir o nosso selo de pureza em suas comunicações”, informa Mariana.
Para fortalecer a imagem do programa junto aos consumidores, a ABCB utiliza as mídias sociais, participa de feiras e exposições, promove apresentações técnicas e encontros nacionais. Uma parceria com a área de nutrição da Universidade São Camilo (SP) está sendo costurada. Também está em fase final de elaboração o aplicativo Purezza, que reforçará a comunicação, especialmente para os públicos mais jovens.
“Em regra, os consumidores são mal informados sobre leite de búfala. Muitos estão comprando de boa-fé, mas podem estar levando para suas casas produtos em desconformidade com as regras do Programa de Certificação – Selo de Pureza. Ou seja, podem estar adquirindo queijo com leite de vaca sem saber”, explica Mariana de Almeida Prado.
Maior rebanho do Ocidente
O Brasil possui o maior rebanho de búfalos do Ocidente. As quatro raças (Murrah, Mediterrêneo, Jafarabadi e Carabao), que compõem as cerca de 1,8 milhão de cabeças no país, são domésticas, mansas, dóceis e curiosas.
Murrah: é a raça mais presente no Brasil. De origem indiana, tem chifres encaracolados negros da base até a ponta. São animais maciços, robustos e de conformação profunda. Possuem extremidades curtas e ossos pesados. A cabeça e as orelhas são curtas. As fêmeas têm tetos bem desenvolvidos, com veias bem marcadas e quartos bem enquadrados. Os machos pesam de 600 a 800 kg e as fêmeas, de 500 a 600 kg. Assim como é excelente para o leite, também tem boa aptidão para corte.
Mediterrâneo: também originário da Índia, é a segunda raça mais presente em território brasileiro. São búfalos de rios, descendentes de várias raças da Índia, definidos como a raça predominante na Europa e no Mediterrâneo. As cores comuns são negra, cinza escura e marrom escura. Os chifres são medianos, voltados para trás, com as pontas voltadas para cima e para dentro. A cara é larga e apresenta pelos largos e esparsos na borda inferior da mandíbula. O corpo é robusto em relação ao seu comprimento e as patas, curtas e robustas. O peito é profundo e o abdome, volumoso. A traseira é curta. Eles são, em geral, animais compactos, musculosos e profundos. São animais desenvolvidos para produção de leite. O peso vivo é de 700 a 800 kg para os machos e 600 kg para as fêmeas, cujos tetos são muito bem formados. Assim como é excelente para leite, também tem boa aptidão para corte.
Jafarabadi: De origem indiana, tem o nome da cidade de Jafarabad, a oeste da Índia. Possui cor negra, frente proeminente, chifres pesados e longos, que tendem a ir até abaixo da direção atrás dos olhos, terminando em formato espiralado. De todas as raças, é a de maior tamanho. É um animal forte, de enorme capacidade torácica, o que o torna apto para produzir leite. Tem excelente conformação dos tetos. Destaca-se no Brasil porque produz muita carne quando tem boa alimentação e bom pasto. Os machos pesam entre 700 e 1.500 kg e as fêmeas pesam de 650 a 900 kg.
Carabao: originário do extremo oriente (China, Indonésia, Filipinas, Vietnã, Camboja, Tailândia etc). Sua aptidão é voltada para o trabalho agrícola, tração e carne. Na Ilha de Marajó (PA), é destinado à produção de carne. Seus chifres são largos e abertos, com corte transversal triangular que fazem ângulo de 90 graus quando se afastam da cabeça. Possui cor cinza-parda, com manchas brancas na pata e na dianteira, em forma de colar. Seu corpo é curto e o ventre, largo. É um animal compacto e maciço, o que explica sua aptidão para o corte. Não há diferença significativa entre machos e fêmeas. Os machos atingem entre 600 e 700 kg e as fêmeas, 450 a 600 kg. A produção leiteira é baixa, mas com cruzamentos as fêmeas podem produzir cerca de 1.000 litros por lactação.
Mozzarella de búfala: incomparável
Muito mais apreciada e valorizada que o leite, a mozzarella de búfala tem imagem super positiva perante os consumidores, especialmente aqueles que se propõem a pagar mais por esse produto diferenciado.
Iguaria no seu país de berço, a Itália, onde é 100% de leite de búfala, a mozzarella tem sabor característico, levemente adocicado, suave, traz em sua composição um altíssimo valor nutritivo: quase 60% mais cálcio do que a mozzarela com leite de vaca, 40% mais proteínas e também 40% menos colesterol. Além disso, a mozzarela de búfala é menos calórica. Por todos esses motivos, ganhou mercado e é um dos tipos de queijos mais consumidos no Brasil.
Mozzarella de búfala
 

Mirá También

Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

Te puede interesar

Notas
Relacionadas