Estado solicitará auditoria ao Mapa para mudar status sanitário antes do prazo estipulado no Pnefa
O governo do Rio Grande do Sul vai solicitar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) uma auditoria para avaliar a execução das metas do Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa, que visa a suspensão da vacinação contra a doença, e as ações que estão sendo implementadas no Plano Estadual elaborado no Estado pelo serviço de defesa agropecuária da secretaria da agricultura.
Recentemente, o Paraná também registrou a solicitação, tendo auditoria já marcada para o mês de janeiro de 2018. O plano estadual prevê que todas as metas do Ministério da Agricultura sejam atingidas até 2018, permitindo que, em 2019, seja tomada a decisão de retirada total da imunização, dando ao Estado o status de área livre de febre aftosa sem vacinação. No cronograma do Mapa, o Estado está no último grupo, com o fim da imunização prevista para 2021.
A decisão foi tomada, de forma unânime, durante reunião do vice-governador José Paulo Cairoli com o secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, o superintendente do Mapa no Estado, Bernardo Todeschini, e entidades do setor produtivo – Farsul, Fetag, Febrac, Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Sindicato das Indústrias de Produtores de Suínos (Sips) e Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), além do próprio Ministério.
A iniciativa tem o objetivo de reforçar a sanidade do rebanho do Estado e ampliar a comercialização do produto gaúcho no mercado externo, uma vez que vários países só importam carnes e derivados de locais que são áreas livres de aftosa sem vacinação. Desde 2002, o Rio Grande do Sul tem o status de área livre de febre aftosa, mas com a vacinação.
“Esta solicitação da auditoria tem como objetivo o avanço de nosso status sanitário e a valorização dos produtos de proteína animal, para que possamos ganhar novos mercados. Também é importante para fortalecer e estruturar ainda mais o serviço de defesa agropecuária, em parceria com o setor privado, o que já vem sendo desenvolvido com o Fundesa, que vêm auxiliando para que tenhamos sua manutenção de forma eficiente. É fundamental ressaltar que enquanto não tomarmos a decisão da retirada da vacinação, os produtores sigam realizando adequadamente a imunização de seu rebanho” , diz Ernani Polo.
Nos próximos dias, o Estado deve formalizar a decisão junto ao Ministério da Agricultura, solicitando a auditoria para emissão de um parecer manifestando as condições do Rio Grande do Sul para suspender a imunização da febre aftosa.
“Acredito que o tema é de fundamental importância para o Estado, que já está há muito tempo trabalhando nesta questão. Entendemos que não podemos é ficar por ultimo no ranking nacional que vislumbra a retirada da vacinação, pois isto não constrói. Precisamos reafirmar nossos posicionamentos, nossa qualidade de trabalho na pecuária com o governo e com as entidades e em paralelo ter em mente que o mercado mundial está consolidando suas posições de suprimento e o Rio Grande precisa saber se posicionar neste contexto”, ressalta o presidente da Farsul, Carlos Sperotto.
Nestor Bonfanti, vice-presidente da Fetag disse que a entidade “acredita ser viável o pedido do governo através do secretário Ernani Polo, mesmo sabendo que não será imediato”.
O Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa prevê um cronograma de ações para os próximos anos com a suspensão da imunização por blocos. A área 1, formada por Acre e Rondônia, será a primeira a deixar de vacinar contra febre aftosa, no primeiro semestre de 2019. A última área a deixar de imunizar é a 5, que engloba o Rio Grande do Sul e Santa Catarina (SC já é considerada área livre sem vacinação), no segundo semestre de 2021. A meta do Mapa é ter todo o território livre de aftosa sem vacinação em 2023.
Fonte: Secretaria de Agricultura do RS