Preços/AR – Segundo o boletim da Caprolecoba (Câmara dos Produtores de Leite da Bacia Oeste de Buenos Aires), no mês de março houve uma desaceleração dos preços dos lácteos. “Na Bacia Oeste de Buenos Aires despedimos do verão com desaceleração acentuada na recuperação do preço do leite dos produtores.
Isto reinstalou certa tensão nas negociações entre produtores e industriais. As principais fábricas foram as que menos “alteraram”, para que as elevações do mês ficassem em torno de 2,7% em pesos/litro e de 1,20% em pesos/KSU (kg de sólidos totais). Em dólares os preços ficaram em US$ 0,325/litro, e US$ 4,68/KSU”. Na comparação interanual de março, em moeda corrente, diz o relatório, “o aumento ficou em torno de 88% em pesos por litro e cerca de 87% em pesos/KSU”. Para o mês de abril a perspectiva não é muito melhor. À crise da SanCor se somam novas inundações que assolam grande parte das principais bacias leiteiras. “A grave crise da SanCor acendeu, por sua magnitude socioeconômica e territorial, alarmes do governo nacional e administrações das principais províncias leiteiras. Além disso, dentro do setor, provocou sérias distorções, ao liberar grande quantidade de leite e de produtores, que se seguram em botes salva-vidas, diante do temor de serem possíveis vítimas da falência”. “Isto, em um contexto em que muitas indústrias também estão em dificuldades. Basicamente pelo aumento da capacidade instalada ociosa, e um vínculo com um sindicato que congrega os funcionários, que não parece ter a racionalidade necessária. Enquanto isto o consumo interno dá sinais de estagnação ou retrocesso, procurando estabilizar-se para buscar uma recuperação lenta. O preço dos lácteos não param de subir nas gôndolas”. Assim, apesar da baixa oferta, os sérios problemas que vivem muitas regiões por causa do clima e a crônica negligência com as obras de infraestrutura, as dificuldades para sair das dívidas, e o alto custo para financiar os insumos (entre outras coisas), os produtores de leite observam com preocupação as “águas turbulentas”. Não somos os pescadores! o barro nos prejudica, e neste ritmo, vai demorar bastante o retorno a um crescimento sustentado”.
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