Recuperação do mercado lácteo parece sustentável

Os analistas, Alan Levitt e Marc Beck, do Conselho de Exportações de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC), escreveram uma análise de mercado para o boletim Global Dairy Market Outlook.
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Os analistas, Alan Levitt e Marc Beck, do Conselho de Exportações de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC), escreveram uma análise de mercado para o boletim Global Dairy Market Outlook. De acordo com essa análise, após dois anos de queda, os preços globais dos lácteos aumentaram desde o meio do ano, pausando para que se tomasse fôlego algumas vezes, mas agora aumentou significativamente com relação aos níveis historicamente baixos.

Desde que alcançou os níveis mínimos, os preços do leite em pó integral e do soro do leite aumentaram em cerca de 50%, o da manteiga em 50-70%, o dos queijos em 30-40% e o do leite em pó desnatado em 20-30%. Os preços médios no leilão GDT aumentaram nos últimos 15 eventos e o leite em pó integral ficou em US$ 3.423/tonelada em 15 de novembro, o maior preço desde julho de 2014.

Tendo quebrado o nível de US$ 3.000/tonelada para leite em pó integral no começo desse mês em meio ao declínio da oferta mundial de leite, eles acreditam que esse limiar de preço é sustentável. “Continuamos cautelosos, entretanto, sobre o quão mais alto o preço pode chegar, à medida que uma reserva de produtos ainda continua guardada, os compradores têm muitas incertezas sobre a economia global e a demanda permanece baixa para o leite em pó em particular. Os baixos preços do petróleo e os preços dos grãos, junto com um forte dólar dos Estados Unidos, pressionam para baixo os preços das commodities lácteas mundiais”.

No período de junho a setembro, a produção de leite dos cinco maiores exportadores caiu 1,3% com relação ao ano anterior, o primeiro sinal de contração desde o começo de 2013. Ao mesmo tempo, as exportações desses mesmos fornecedores aumentaram 6%. Isso começou a afetar a oferta, mas maiores pagamentos na Europa e na Oceania nos últimos meses melhoraram a confiança dos produtores e poderão recuperar a produção em 2017.

Nos primeiros três trimestres do ano, as importações da China aumentaram 16% com relação ao ano passado em uma base equivalente em leite, mas ainda está 15% menor do que o volume de 2014. Há dois anos, 60% das importações da China foram de leite em pó. Nesse ano, apenas 43% foram leite em pó, enquanto compras de leite UHT, fórmulas infantis e queijos aumentaram para níveis recordes.

As importações da China parecem ter mais relação com o declínio na oferta doméstica do que de uma demanda robusta. A produção de leite está baixa, em cerca de 2% menor neste ano, como resultado dos menores preços ao produtor e ao clima quente do verão. Ao mesmo tempo, a demanda por leite fluido fresco parece estar boa, deixando menos leite disponível para a produção de pó.

Sinais de produção fora da Nova Zelândia alimentam a corrida no mercado de leite em pó integral. A produção de leite nos primeiros quatro meses da estação (junho-setembro) foi cerca da mesma do ano anterior e os relatos de produção bem menor em outubro gerou ansiedade nos compradores e os colocou de volta ao mercado. A remoção dos volumes no leilão GDT também criou um sentimento de alta e um grande envio à Argélia em setembro também ajudou a limpar os estoques da Nova Zelândia. No geral, as importações de leite em pó integral da China aumentaram 20% nos primeiros nove meses do ano, enquanto as importações de Hong Kong e Sri Lanka aumentaram em taxas de duplos dígitos.

Figura 1 – Produção total de leite dos principais países exportadores.

Produção total de leite dos principais países exportadores

Em contraste, grandes estoques de intervenção da União Europeia (mais de 350.000 toneladas, mais outras 73.000 toneladas em estoques privados) mantiveram um teto nos preços do leite em pó desnatado, resultando em uma maior diferença entre o leite em pó integral e o desnatado desde a crise de mercado de 2008. Os compradores também sabem que o leite em pó desnatado está disponível nos Estados Unidos, onde a produção de leite aumentou 1,7% nos primeiros três trimestres do ano e a produção de leite em pó desnatado aumentou 6% no terceiro trimestre.

México (importações aumentaram 24% com relação ao ano anterior até agosto) e Filipinas (+80% com relação ao ano anterior até julho) aproveitaram os preços historicamente baixos do leite em pó desnatado nesse ano e compraram bastante. Porém, a Argélia, a China e a Malásia compraram menos. O comércio geral de leite em pó desnatado dos 5 principais fornecedores caiu 5% nos primeiros três trimestres de 2016. Em junho-setembro, as exportações de leite em pó desnatado da Austrália caíram 40% à medida que a redução na produção de leite deixou menos produto disponível para exportações.

Ao mesmo tempo, as exportações de leite em pó desnatado da UE caíram 19% nos primeiros três trimestres de 2016, à medida que centenas de toneladas foram para intervenção.

O comércio de queijos foi bom neste ano, com maiores importações dos Estados Unidos, Japão e Oriente Médio/Norte da África (MENA), compensando as fracas importações do México e da Coreia do Sul. Os fornecedores da UE e da Nova Zelândia têm sido agressivos, tomando participação dos Estados Unidos, o que tem ocorrido em uma desvantagem de preço durante todo o ano. Os preços convergiram em setembro-outubro, mas, no mês passado, os preços dos queijos nos Estados Unidos aumentaram novamente, prejudicando a competitividade das exportações dos Estados Unidos.

As ofertas de queijos da UE estão escassas, ajudadas pela boa demanda doméstica (como nos Estados Unidos). A produção de leite na UE caiu em cerca de 1,8% no período de junho a setembro, mas o restante do leite continua sedo destinado para a produção de queijos, enquanto a produção de leite em pó desnatado/manteiga e leite em pó integral estão menores.

Os preços da manteiga estão muito maiores na Europa – mais do que US$ 2.000 a tonelada desde a primavera. As exportações da UE aumentaram 39% nos primeiros três trimestres do ano, mais que o dobro dos níveis de 2013 e o maior volume desde 2006. A demanda mundial de manteiga tem se mantido muito boa nesse ano, especialmente pela China e da região MENA. Os preços da UE estão significativamente maiores do que na Oceania, mas isso não tem limitado as exportações de gordura do leite da UE.

Os preços do soro do leite caíram nas últimas 5-6 semanas, o que é atribuído a uma menor demanda do setor de ração. Porém, de forma geral, a demanda tem se mantido forte nesse ano, liderada por China e Sudeste da Ásia.

http://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/giro-lacteo/recuperacao-do-mercado-lacteo-parece-sustentavel-103278n.aspx

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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