Produtores de leite temem incerteza no setor

Cadeia do leite - Mesmo com a feira remodelada com atrativos voltados à promoção do consumo do leite, o clima durante o primeiro dia da 40ª edição da Expoleite-Fenasul é de abalo pela incerteza econômica no País
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Cadeia do leite – Mesmo com a feira remodelada com atrativos voltados à promoção do consumo do leite, o clima durante o primeiro dia da 40ª edição da Expoleite-Fenasul é de abalo pela incerteza econômica no País. Graças às oscilações de preços pagos ao produtor e ao valor elevado dos insumos, a cadeia está endividada e com pouco poder de reação.
O pior da crise aconteceu em 2016, quando o valor do quilo de ração excedia o do litro de leite. Segundo Itamar Tang, proprietário da cabanha Tang, de Farroupilha, a situação manteve-se assim até o início deste ano. «Em decorrência disso, estamos com um déficit muito grande», desabafa. Hoje, a relação entre o preço pago pelo litro do leite e o preço da ração está favorável, mas ainda não houve tempo para que o setor pudesse reaver os valores perdidos em 2016. Tang levou 11 animais à Expoleite, e administra outros 89 em sua granja – destes, 33 são vacas que estão produzindo leite. A captação gira em torno de 1.050 litros ao dia, o que viabiliza a produção se os valores de venda forem constantes. Mesmo assim, a produção é menor na comparação com anos em que o País não atravessava período de recessão econômica. Alguns criadores precisaram se desfazer de animais. A dificuldade maior se dará caso os preços voltem a oscilar como no ano passado. Em 2016, entre setembro e outubro, o acumulado do valor pago ao produtor despencou R$ 0,30. Paulo Ferraboli, proprietário de uma cabanha em Anta Gorda, teme pela viabilidade da produção em sua região. «Nos últimos cinco anos, passamos de 40 produtores para uns cinco», conta. Além dos gastos com insumos para a alimentação do gado, Ferraboli atribui a debandada de criadores às altas taxas de juros praticadas em empréstimos bancários. Segundo ele, não se pode exigir contrapartidas de curto prazo a um setor que precisa esperar ao menos dois anos para que uma novilha inicie a produção de leite. «Se continuar assim, muitos terão que entregar as terras ao banco», lamenta. As preocupações de Ferraboli são acompanhadas pela Associação dos Criadores de Gado Holandês (Gadolando). O presidente da entidade, Jorge Fonseca da Silva, comenta que o Uruguai, um dos principais exportadores de leite para o Brasil, congelou por um ano as dívidas de seus produtores. A intenção é, justamente, dar prazo de reestruturação da cadeia, dada a sua lenta taxa de resposta. O presidente comenta que, nos últimos anos, as importações de leite estão dobrando anualmente, o que também prejudica a venda de produtores locais no mercado interno. Fonseca não vê perspectiva de melhora imediata no cenário atual, mas confia que o milho e a soja, utilizados na alimentação bovina, manterão seus preços – o que possibilitaria uma melhora gradual. «Não posso ser pessimista», comenta. Já o administrador da cabanha Nika, de Glorinha, Amaro Fritz Machado, relata não ter observado momento tão desfavorável ao setor nos 37 anos que frequenta o parque de exposições Assis Brasil, onde acontece a feira. O esforço de levar seus nove animais a Esteio só justifica-se pelos preços de venda praticados durante o evento. «Temos custos de transporte, mas aqui vende-se a bons preços», explica.
Fonte: Jornal do Comércio

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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