A lata é encontrada a R$ 20, com altas sequenciais, assim como os derivados, queijo e manteiga. Segundo pesquisa da cesta básica, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço do leite aumentou 6% em agosto e 5,39% em setembro. Só neste ano, acumula alta de 21,81%, até setembro, aponta a entidade. O litro do leite de caixa era encontrado a R$ 3 em junho, em Manaus, segundo a presidente da Associação das Donas de Casa do Amazonas (ADCEA), Elisabete Maciel. Atualmente, as mesmas marcas chegam a R$ 4 e R$ 5. Os envazados em pacote de 400 gramas, que eram encontrados a R$ 5, hoje são vendidos por até R$ 8. Os produtos enlatados que custavam entre R$ 10 e 12, em média, hoje são encontrados entre R$ 15, R$ 17 e até a R$ 20, especialmente os desnatados. “Esse aumento está de maneira sequencial e sem queda alguma. Uma semana você vai no mercado e está um preço. Na outra semana, já está outro. Não consigo ver de quem produz ou de algum órgão que acompanhe esse preço, uma explicação para que a gente possa entender”, disse Elisabete.
O preço já subiu quase 60%, nos últimos 12 meses, segundo a Faea, mas se intensificou a partir de junho. “O aumento do preço vem ocorrendo, principalmente, em decorrência da elevação dos custos de insumos fundamentais para a produção leiteira, como milho e soja, que são usados na ração das vacas leiteiras”, explicou o presidente da entidade, Muni Lourenço. A taxa de câmbio pressionou a alta do milho e da soja, cotados no mercado internacional, assim como a redução da oferta no mercado interno com as exportações. Além disso, contribui para o aumento do leite a queda na oferta do produto por questões climáticas, principalmente falta de chuvas, o que compromete o desenvolvimento das pastagens. No Amazonas, a produção de leite e derivados se concentra em Autazes, Careiro da Várzea, Apuí, Manacapuru, Manicoré e Presidente Figueiredo. No entanto, o leite que se encontra nas prateleiras dos mercados locais, como os de caixa, pacote e lata vem da produção de Minas Gerais, Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul e Rondônia. “Fica difícil para quem tem criança e depende unicamente desse alimento. Famílias com vulnerabilidade social estão passando por um momento difícil porque a primeira coisa que você faz quando acorda é tomar um café com leite”, disse a presidente da Associação das Donas de Casa.
Não há substituição de leite e, por isso, a alternativa é procurar os preços mais baixos. “Não tenho nem como dizer para não tomar leite porque ele é essencial. A dica é ‘aproveite as promoções. Quando tiver um preço bom, compre uma quantidade maior de leite, atentando sempre para a validade’”, orientou a presidente da ADCEA.
Derivados
Além do leite, estão mais caros também os derivados. A confeiteira Rosimeire Luciano, que faz bolos e salgados para aumentar a renda familiar, conta que tem sofrido com a alta dos custos. “Tem aumentado bastante o leite condensado, o creme de leite e o queijo. Há alguns meses, a muçarela custava R$ 16, o quilo e, agora, você encontra de R$ 30”, disse Rosimeire.
A confeiteira comprava o leite condensado a R$ 2,99, há seis meses. Hoje, não encontra a mesma marca a menos de R$ 5. “O custo aumenta muito e está difícil de repassar porque o cliente não está conseguindo pagar. Então, não estou tendo muito lucro. Estou quase que pagando pra trabalhar”, contou Rosimeire.
Assim como o queijo, a manteiga também está mais cara. Um pacote com 500 gramas chega a custar R$ 15 nos mercados de Manaus. De acordo com a pesquisa da cesta básica, feita pelo Dieese, a manteiga já subiu 48,44% no ano. O preço teve alta em 22 capitais, em setembro.
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