A safra de inverno no Sul do País vem ganhando força e a expectativa é de que a captação continue aumentando até agosto, quando deve ocorrer o pico de produção. Na média geral, o índice de captação desenvolvido pelo Cepea (ICAP-Leite/Cepea) subiu 4%. Além do aumento da oferta (especialmente nos últimos meses), a maior pressão das indústrias/cooperativas em função da queda da margem de lucro, pesaram para uma nova baixa dos preços do leite recebidos pelo produtor em julho (referente í produção entregue no míªs anterior).
A média ponderada dos sete estados caiu 1,2%, indo para R$ 0,7821/litro – valor líquido. O preço bruto (com frete e impostos) também recuou, 0,9%, com média de R$ 0,8478/litro. Comparando-se com o mesmo período do ano passado, o preço médio esteve 7% menor em termos reais, ou seja, já descontando a inflação (IPCA, jun/12). Ao mesmo tempo, os custos continuam elevados (Leia matéria relacionada: Milho e soja continuam subindo).
Segundo apuração do Cepea junto a compradores de leite, para o pagamento de agosto (referente í produção de leite entregue em julho), 53% dos entrevistados (responsáveis por 62% do volume de leite amostrado) tíªm expectativa de estabilidade de preços ao produtor. Para 37% desses compradores (que representaram também 37% do volume de leite), pode haver nova queda de preços, e apenas 10% dos agentes (responsáveis por 1% do volume da amostra) esperam alta.
No mercado de derivados, graças a uma retomada da demanda, os preços tiveram ligeira alta, após alguns meses de estabilidade. No caso do leite UHT comercializado no atacado do estado de São Paulo, o preço médio de julho foi de R$ 1,79/litro (incluídos frete e impostos), 1,1% superior ao valor observado em junho. Em relação a julho/11, porém, houve queda de 5,3% no preço médio em termos nominais. O mercado de queijo muçarela também reagiu levemente, com alta de 1,1% em julho, com o quilo indo para R$ 10,48. Já no comparativo com julho/11, o preço médio também apresentou queda, de 1,9% em termos nominais. Essas médias mensais províªm dos valores diários apurados pelo Cepea com apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).
De acordo com agentes do setor, a expectativa é de que os preços de derivados se sustentem nesses patamares em agosto. O elevado volume importado – especialmente de leite em pó e queijos -, segundo eles, continua atrapalhando as vendas do produto nacional.
Ao produtor
Entre os sete estados considerados para a «média nacional», em julho, a maior queda no preço médio recebido pelo produtor ocorreu novamente no estado de Goiás. Houve redução de 2,3% no valor líquido, com média de R$ 0,7940/litro. Em Minas Gerais, o recuo foi de 0,8%, a R$ 0,7939/litro. No estado de São Paulo, houve queda de 1%, o que levou a média para R$ 0,8078/litro. No Espírito Santo – ainda não integrado í «média nacional» -, o preço médio foi de R$ 0,7814/litro, recuo de 3,4% frente a junho.
No Rio Grande do Sul, houve recuo de 2,1% entre junho e julho, com média de R$ 0,7423/litro. Em Santa Catarina, o preço médio foi de R$ 0,7489/litro, baixa de 1,4%. Já no Paraná, houve leve aumento de 0,7%, com o litro indo para R$ 0,7635.
Na Bahia, o valor médio foi de R$ 0,8627/litro, leve aumento de 0,5% frente a junho. No Ceará, a alta foi mais significativa, de 5%, com a média indo para R$ 0,8171/litro. No Rio de Janeiro, o preço médio foi de R$ 0,8279/litro, recuo de 1% em relação a junho. Em Mato Grosso do Sul, houve queda de 4%, com média de R$ 0,6506/litro.
Fonte: Cepea-Esalq/USP.