Preço baixo pago pelo litro do leite provoca reação de produtores

Preco leite - No último ano, considerado o pior dos últimos 12, representações chegaram a decretar calamidade no Estado em razão da crise do setor
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No último ano, considerado o pior dos últimos 12, representações chegaram a decretar calamidade no Estado em razão da crise do setor
VALOR: preço dos leite das vacas de César Meinerz, R$ 1,12, é pouco maior do que a referência para o mês de janeiro no Estado – R$ 0,90. – Lidiane Mallmann
Lajeado – Em 2018, a delicada realidade enfrentada pelos produtores de leite do Estado segue motivando mobilizações. Assunto frequente na mídia em 2017 – motivo de protestos na região e de reuniões em diversos pontos do Rio Grande do Sul, em Brasília (DF) e de uma missão do Ministério da Agricultura enviada ao Uruguai. Mesmo assim, a crise leiteira continua.
Dessa vez, o que preocupa é o valor que os produtores recebem pelo litro do produto. Em queda frequente, o preço de referência foi estimado, para janeiro, em R$ 0,90 pelo Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite/RS).
Em reunião na última terça-feira, o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat) adiantou a previsão de crescimento gradual dos valores ao longo do ano. Isto pode servir como alento para a cadeia produtiva, já que pesquisa da Universidade de Passo Fundo (UPF) revelam que 2017 foi o pior em 12 anos para o setor lácteo gaúcho.
Nos últimos anos, enquanto quem produz se modernizou, adquiriu maquinário e investiu em genética, políticas de governo – como a que estimulou a importação de leite no Brasil e a entrada de produto do Uruguai – desmotivam o produtor.
Lista de reivindicações
Fazem parte das reivindicações classe produtora do RS, na esfera estadual: a extinção de decretos suspensos que regulavam dinâmicas da cadeia e a extinção dos benefícios concedidos a empresas que se instalam no RS com incentivos – organizações que importam leite em pó uruguaio ao invés de comprar do pequeno produtor. Na esfera federal, por outro lado, a demanda é pela compra do estoque de leite que vem se acumulando; a revisão das cotas de importação do leite do Uruguai e desburocratização da venda de leite do Estado para outras regiões do país.
Mobilização sindical
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Arroio do Meio é mais uma das entidades preocupadas com o valor baixo pago pelo leite aos produtores. Empreendedores rurais de Capitão, Travesseiro e Arroio do Meio, além de cidades vizinhas que tenham interesse em participar podem se juntar ao grupo mobilizado pelo STR, cuja reunião está marcada para a próxima segunda, a partir das 14h. A Secretaria Municipal de Educação de Arroio do Meio sediará o encontro.
Dura realidade
De Estrela, o que pensa o produtor César José Meinerz é reflexo da realidade que vivem os leiteiros do RS. «Com a queda do valor, a coisa apertou». O sobe e desce dos preços – que mais desceram do que subiram nos últimos meses – tem consequência automática nas dinâmicas de quem produz, especialmente daqueles que trabalham com quantidades expressivas.
Na propriedade, na Linha Lenz, Meinerz e a família abrigam 110 animais em fase de ordenha. O volume mensal de leite produzido beira os cem mil litros. A produção diária é de cerca 3,2 mil. Pelo trabalho incessante dele e de outras nove pessoas empregadas na propriedade, o último valor recebido pelo litro de leite foi R$ 1,12.
Já o custo de produção Meinerz estima que deva ser de R$ 0,80 por litro. A diferença entre o investimento e o retorno é pouco, na opinião dele. «Como vamos investir?», questiona. Esposa de César, Cristiane Meinerz adiciona: «é muito pouco pelo trabalho».
De domingo a domingo, a produtora revela que a rotina começa cedo. É comum trabalhar por longos períodos para garantir parte do abastecimento de leite que depois é espalhado pelo Estado. «É a nossa vida», admite. Com o tempo, e com as quedas de preço pago aos produtores, muitos empreendedores rurais deixaram o leite de lado – o que, na opinião de Meinerz, é possível perceber mesmo no Vale. O histórico de variação do valor sempre teve altos e baixos. No último ano, na estimativa do Conseleite, os preços de referência foram de R$ 0,82 a R$ 1,05. Na opinião de César, nunca estiveram tão oscilantes quanto estão nos últimos meses.
http://www.informativo.com.br/geral/preco-baixo-pago-pelo-litro-do-leite-provoca-reacao-de-produtores,234223.jhtml

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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