Política criminosa de laticínios contra produtores rurais

Os preços que vêm sendo impostos, tanto ao leite animal, o de vaca, como o do látex, leite de árvore, no caso, seringueira: látex-cvg, são criminosos, estão aviltados, abaixo do custo de produção e ferem a constituição brasileira no seu artigo 187, alínea II: preços compatíveis com os custos de produção.
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Os preços que vêm sendo impostos, tanto ao leite animal, o de vaca, como o do látex, leite de árvore, no caso, seringueira: látex-cvg, são criminosos, estão aviltados, abaixo do custo de produção e ferem a constituição brasileira no seu artigo 187, alínea II: preços compatíveis com os custos de produção. Com efeito, leitor, um litro de leite custa para o produtor, nas condições de pastagens atuais, cerca de R$1,18 centavos, condições nada sofisticadas, rústicas, nas sofisticadas há maior produtividade, no entanto, a sofisticação acaba comendo a produtividade, com os custos atuais da energia elétrica e ração protéica. Esse preço impositivo ao produtor, vem de longe, parte crucial da intermediação gananciosa, portanto, prática rançosa, porém comunal, no processo de barganha atual que lembra, muito de perto, a relação, servo-senhor da era feudal, objeto de estudos críticos, pelo filósofo Germânico, Hegel.

Agora, nem bem o prenuncio de chuvas, reaparece, em meio ao sol escaldante, o preço que já se encontrava aviltado, aviltou-se mais ainda, pois, caiu de R$ 1,28, na Compleite, R$ 0,90 e na Corpecampi, para creio R$ 0,70. Assim mesmo, como já se transformou em tabu, resfriado e com trinta dias após o último fornecimento, o que torna o negócio mais rendoso ainda, ao que se pode nominar, também, com muita propriedade, de “patota” dos laticínios, intermediação gananciosa, lesiva aos produtores, geradores da riqueza, tão lesiva aos interesses da nação quanto corruptos e corruptores são ao sabotarem a imagem da democracia, como melhor forma de governo, abrindo caminho para outro governo de exceção, quem sabe, o do Maduro, imaturo.

De igual forma, a política de terra arrasada do governo ao ignorar a lei e a intermediação gananciosa, concentrando renda às expensas dos produtores, desestimulando assim a produção, subtrai a circulação de riquezas nos municípios – a indústria de leite em pó de Uruaçu encontra-se parada, sem funcionar, há muitos anos, por falta de matéria prima, falta esta decorrente de preços aviltantes praticado pelo mesmo cartel camuflado liderado pela Nestlé. Esta empresa foi agraciada com incentivo fiscais do governo do estado, salvo melhor juízo, em setenta milhões de reais – quanto menor a produção de leite em pó no país, mais ampla e segura a sua oportunidade de navegar incólume, nos mercados interno e externo.

Seus interesses especulativos ferem, portanto, os interesses da nação, enquanto isto acontece, o governo dormita, quem sabe, também, propinado, pois a corrupção tornou-se endêmica no País. A mania de rebaixamento de preço encontra-se tão viciada que o cartel camuflado leiteiro nem comunica aos produtores a decisão cabocla, unilateral, tão cabocla quanto a corrente política reinante, nos poderes legislativo e executivo, a da velhacaria, bem esposada por Maquiavel, em sua obra-prima, “O Príncipe”, que ensinava reis e príncipes da época como agir, velhacar, para perpetuar-se no poder, no caso dos laticínios, como concentrar, acumular renda as expensas de milhões de pequenos e médios produtores de leite. Estes, dispersos, desunidos, com baixo poder de barganha, aqueles, unidos, instruídos, grandalhões, com alto poder de pressão, a gula é tamanha, o habito tão velhaco, que não percebem que abuso tamanho pode, de uma hora para outra, mudar as regras do jogo, a começar por um boicote geral no fornecimento da preciosa matéria prima, continuar exigindo dos poderes legislativo e executivo, o cumprimento da lei, já mencionada.

A melhor política para municípios, estados e país não é a industrialização de leite concentrada em grandes conglomerados, porém, distribuídas pelos municípios consoante sua vocação leiteira, agregando valores, mão de obra, serviços, impostos, na fonte geradora da produção. Seria a municipalização da industrialização da matéria prima “in loco”, função do FCO e outros fundos semelhantes, para as outras regiões, financiar o beneficiamento da riqueza nas fontes geradoras, assegurando o desenvolvimento regional sustentável. Estados e nação, por escassez de conhecimento, politização, padecem de genuína falta de liderança, de governantes de visão capacitados a encetar programas que venham reverter o fluxo migratório que tanto infelicita as grandes metrópoles. Políticas terão que ser implementadas, para reverter tal fluxo migratório pernicioso, tanto ao interior, como as capitais e outros centros populosos.

Ironia do destino leitor, o que há décadas vem acontecendo com o leite, preço mesquinho, passou a acontecer de alguns anos para cá, com o leite de árvore, precisamente, o látex da seringueira, fonte da borracha natural, usada, largamente na fabricação de pneus, câmaras de ar e infinidade de outros derivados. No caso dos pneus, o radial, ela participa com 50%, sua elasticidade combinada com a resistência do aço, oferece mais durabilidade e segurança a sociedade usuária. De forma diferente do leite vacum, onde a produção, em nosso estado, é bem maior do que o consumo, no âmbito nacional, as fábricas, mormente de pneumáticos, constituídas em sua quase totalidade de multinacionais, importam em torno de 75% da matéria prima para manter suas indústrias em pleno funcionamento, apenas 25% é produzida no país, onde o estado de São Paulo, de terras mais caras, contribui com 54% da produção nacional.

Em Goiás, embora a plantação crescente, em especial grandes plantadores, a produção ainda é inferior ao estado de Mato Grosso, segundo maior produtor nacional, mas há potencial, com o afã dos pioneiros atuais para ser o maior. Deveras, grande pólo se forma na região de Goianésia e circo vizinhança, quem sabe, no futuro, venha abrigar a primeira fábrica de pneus do país, genuinamente nativista, como a própria seringueira: haevéa brasilieses, na Amazônia. A avalanche nas pesquisas, tanto oficial, como iniciativa particular, na produção de clones com maior produtividade pode reverter, livrar o país da condição vergonhosa de importador, embora tenha sido, na primeira metade do século XX, maior exportador de borracha natural. Tamanha obra dependerá de política ousada e político de visão, vontade soberana, dotado de conduta ilibada, na condução dos negócios públicos. Os obstáculos começam com a chantagem que vem sendo praticada, atualmente, com o preço ridículo pago ao produtor de borracha natural, pois ele recebia, há cinco anos passados, cerca de R$ 4,10 (quatro reais e dez centavos pelo kg) e passou a receber, praticando a mesma velhacaria dos laticínios, em janeiro de 2015, apenas R$ 1,8, pelo kg. Dessa matéria prima, vital a fabricação de pneus de qualidade.

Pasme leitor, a onda de velhacaria dos poderes legislativo e executivo, refletida no comércio, transação da borracha natural, política da raposa cavalgando a aristotélica, esta arte de promover o bem-estar de todos. Veja só, enquanto, a borracha natural despencou, criminosamente, nas barbas dos governantes, caindo pela metade, nos últimos cinco anos os preços dos pneus e derivados subiram em mais de 50% neste período, subtraindo renda dos produtores, para as multinacionais, engordando os países de origem, lesando o Brasil, engordando os já gordos e emagrecendo, sobejamente, os já magrelos, demais, de forma criminosa, ao arrepio da lei, acobertados pelo manto da impunidade de um governo cego, dito redistribuidor de renda, todavia, tanto na política leiteira, como na da borracha natural, faz o inverso, tira dos pequenos para os grandalhões.

Para tapear a sociedade eleitora, investe na política paternalista, de pão e circo dos romanos, a bolsa-família faz parte do toma lá da cá, com efeito, bolsa em troca do voto subserviente, nem mesmo capacitar o chefe da família para que seja amanhã emancipado, mude de paradigma trocando o voto subserviente-leniente, pelo voto consciente-independente faz, pois, tem mais medo do eleitor politizado do que o diabo da cruz, tais quais, as cortes palacianas do Império. Naquele tempo, o monarca chegou a nomear um ministro, o Conde da Barca, para promover uma educação exemplar no império, no entanto, o plano foi boicotado pelas cortes, de então, pois, o conhecimento transferido pela educação iria despertar os súditos da subserviência para a consciência, impedindo como temiam a volta da coroa imperial para Portugal.

Faça corrente leitor, forme opinião contra os preços aviltantes, criminosos, que vem sendo impostos, tanto por laticínios, quanto pelos cartéis de pneus, aos produtores, sugando como vampiros a economia brasileira.

http://www.dm.com.br/opiniao/2015/11/politica-criminosa-de-laticinios-contra-produtores-rurais.html

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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