Pesquisadores da Unioeste alertam para os riscos da ordenha manual de bovinos

A cada 100 trabalhadores que sofrem dos sintomas da Síndrome do Túnel do Carpo, 45 estavam envolvidos com a ordenha manual de gado bovino.
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A cada 100 trabalhadores que sofrem dos sintomas da Síndrome do Túnel do Carpo, 45 estavam envolvidos com a ordenha manual de gado bovino. Este é o resultado de uma pesquisa realizada por uma equipe da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Campus de Marechal Cândido Rondon.
A pesquisa é coordenada pelos professores Dartel Ferrari de Lima e Lohran Anguera Lima. Eles explicam que a ordenha de bovinos é o sistema mais antigo de extração de leite e ainda está presente em propriedades com pequenos rebanhos. Embora a ordenha manual exija equipamentos de menor custo, esta economia é compensada com maior esforço pessoal. “A ordenha de cada animal requer movimentos repetidos de punho e mão em um ritmo de pulsação de 40 a 50 ciclos por minuto minuto, por um período contínuo de 4 a 7 minutos, duas vezes ao dia, em média”, ressaltou Dartel Ferrari de Lima.
Segundo Lohran Anguera Lima, a prática da ordenha manual de bovino ao longo da vida se relaciona positivamente com a síndrome do túnel do carpo. “A síndrome do túnel do carpo se caracteriza por uma compressão do nervo mediano, no nível do punho, e provoca dor, formigamento, dormência e fraqueza nas mãos. Piora à noite e acomete mais mulheres do que homens, principalmente após os 50 anos de idade. Frequentemente, procedimentos cirúrgicos são necessários para o seu tratamento”, afirmou.
O estudo desenvolvido na Unioeste envolveu 92 pacientes portadores da síndrome do túnel do carpo – 80 mulheres e 12 homens. A prática da ordenha manual esteve presente em algum momento da vida de 44,6% dos pacientes com a doença, sendo mais prevalente entre mulheres (87,8%) do que nos homens (12,2%).
De acordo com o estudo, entre os trabalhadores que permaneciam com a prática da ordenha manual mesmo com a ocorrência de sintomas, todos eram mulheres. “De modo alarmante, as mulheres que não migraram para o modo mecânico de extração de leite permanecem expostas ao agravamento da doença e às incapacidades físicas e funcionais resultantes”, comentou o professor Ferrari.
Os pesquisadores reforçam a informação de que a mão dominante, aquela usada para escrever, é aquela inicialmente afetada nos pacientes. A forma bilateral, que atinge as duas mãos, ocorre mais tardiamente. “Nessa perspectiva, parece coerente supor que o portador de síndrome do túnel do carpo unilateral, atinge uma mão, principalmente aquele que preserva a ordenha no seu cotidiano, está exposto ao risco aumentado de evoluir a síndrome para o modo bilateral, aumentando o sofrimento e as limitações dos portadores”, salienta professor Lohran.
Os pesquisadores encerram o trabalho mostrando prevalência elevada de síndrome do túnel do carpo na ordenha manual de gado bovino e aconselham a mecanização da ordenha de leite, também como medida preventiva da ocorrência e agravamento desta doença. “Finalmente, os resultados deste estudo reafirmam o compromisso de continuar reforçando as medidas e as ações necessárias para resguardar e promover a saúde de todos trabalhadores”, disse Lohran.
O professor Dartel Ferrari de Lima é filiado ao Centro de Ciências Humanas, Educação e Letras (CCHEL) da Unioeste e o pesquisador Lohran Anguera Lima é médico residente do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Santa Casa de São Paulo.
http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=92688&tit=Pesquisadores-da-Unioeste-alertam-para-os-riscos-da-ordenha-manual-de-bovinos&ordem=1000

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