Mais de metade dos produtos não normalizou preço após fim da greve dos caminhoneiros

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Paralisação completou dois meses com reflexos para o consumidor; 81 produtos ficaram mais caros e não baixaram

No dia 21 de maio de 2018, teve início em todo o Brasil a greve dos caminhoneiros autônomos, que viria a abalar ainda mais as estruturas econômicas do País, combalido pelas crises políticas. Pouco mais de dois meses após o início da paralisação — que durou 10 dias —, os reflexos ainda podem ser sentidos no bolso do consumidor.
Ao menos é nesse sentido que aponta um levantamento feito pelo Bem Paraná com base nas informações do Disque Economia, disponibilizadas pela Prefeitura de Curitiba em seu site de Dados Abertos (http://www.curitiba.pr.gov.br/dadosabertos/consulta/). O estudo comparou os preços de 147 produtos vendidos em nove mercados da Capital nos dias 18 de maio e 16 de julho, sendo que 55% dos itens avaliados (81 produtos) registraram alta de preço.
Entre os produtos com maiores variações positivas, destaque para o amido de milho, que ficou 60,5% mais caro, a banana caturra (+46,86%), o leite longa vida desnatado (+46,29%) e integral (+44,2%) e o fermento seco biológico (+37,1%). Na outra ponta, os itens que registraram maior queda de preço foram a cebola, que ficou 54,41% mais barata, o azeite de oliva extravirgem (-47,73%), o contrafilé de carne bovina com osso (-38,82%), a acelga (-31,13%) e a carne moída de primeira (-27,98%).
De acordo com Rogério Pryjmak dos Santos, coordenador do Disque Economia (o serviço é responsável por pesquisar, diariamente, o preço de diversos itens nos supermercados da cidade), o problema principal foi a falta de fornecimento, que acabou resultando no estrago de alguns produtos e na morte de animais.
Segundo o especialista, a maior parte dos produtos não deve ter a situação normalizada “tão cedo”, principalmente os hortifruti, frango (muitos animais morreram pela falta de ração) e leite. No caso deste último, inclusive, os preços até hoje não pararam de subir — tanto que o preço do leite integral e desnatado, que em maio saía por R$ 2,40, em junho já havia subido para R$ 3,40 e hoje está sendo vendido, em média, por R$ 3,50 (na semana passada).
“Neste ano, a oferta está prejudicada por contra da entressafra, comum no inverno, pelos reflexos da greve dos caminhoneiros, ocorrida em maio, e o alto preço das commodities, usadas para a suplementação alimentar dos animais”, avaliou Alexandre Monteiro, analista de Desenvolvimento de Mercado da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), em reportagem publicada pelo Bem Paraná na última segunda-feira. “Então não tem como estimar uma acomodação dos preços”, disse.
Greve dos caminhoneiros
A greve dos caminhoneiros autônomos durou dez dias e provocou desabastecimento em diversas cidades do País e do Paraná. Os caminhoneiros protestavam contra o preço do diesel e do frete. Segundo eles, a situação havia chegado a um ponto que eles praticamente não ganhavam nada com o trasnporte de cargas. A greve só terminou depois que o governo prometeu baixar o preço do diesel.
Veja os produtos que tiveram a maiores altas e baixas

Em alta

81 produtos subiram de preço nos mercados de Curitiba, com variações entre 60,5% e 0,59%

Amido de milho (pacote 450g)

Variação

+60,5%

Preço médio atual

R$ 7,34

Banana caturra (quilo)

Variação

46,86%

Preço atual

R$ 3,15

Leite longa vida desnatado (litro)

Variação

46,29%

Preço atual

R$ 3,51

Leite longa vida integral (litro)

Variação

44,20%

Preço atual

R$ 3,46

Fermento seco biológico (pacote de 125g)

Variação

37,10%

Preço atual

R$ 7,32

Achocolatado em pó (pote de 400g)

Variação

35,96%

Preço atual

R$ 5,22

Farinha de trigo (pacote de 5 kg)

Variação

34,91%

Preço atual

R$ 11,44

Chuchu (quilo)

Variação

32,73%

Preço atual

R$ 2,31

Açúcar Cristal

Variação

29,22%

Preço atual

R$ 9,86

Goiabada (bandeja de 1kg)

Variação

28,09%

Preço atual

R$ 8,90

Em queda

66 dos produtos pesquisados tiveram os preços reduzidos, com variações entre 54,41% e 0,19%

Cebola (quilo)

Variação

-54,41%

Preço atual

R$ 2,53

Azeite de oliva extra virgem (fraco de 500ml)

Variação

-47,73%

Preço atual

R$ 9,84

Carne bovina com osso contrafilé (quilo)

Variação

-38,82%

Preço atual

R$ 10,98

Acelga (unidade)

Variação

-31,13%

Preço atual

R$ 2,67

Carne bovina mída de primera (quilo)

Variação

-27,98%

Preço atual

R$ 14,04

Charque dianteiro bovino (meio quilo)

Variação

-27,57%

Preço atual

R$ 12,15

Carne bovina sem osso patinho (quilo)

Variação

-26,30%

Preço atual

R$ 15,14

Batata “Lavada” (quilo)

Variação

-20,40%

Preço atual

R$ 2,24

Farinha de milho (quilo)

Variação

-19,58%

Preço

R$ 3,81

Café solúvel (100 gramas)

Variação

-18,86%

Preço atual

R$ 7,24

https://www.bemparana.com.br/noticia/Mais%20de%20metade%20dos%20produtos%20n%C3%A3o%20normalizou%20pre%C3%A7o%20ap%C3%B3s%20fim%20da%20greve%20dos%20caminhoneiros
 

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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