Leite teve alta em agosto, mas tendência é de baixa

O preço médio do leite aos produtores do país voltou a subir de forma expressiva em agosto, mas os indicadores são de queda a partir de setembro.
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Levantamento da Scot Consultoria mostra que a cotação média neste mês – considerando preços em 17 Estados produtores – teve valorização de 5,1% sobre julho, alcançando R$ 1,233 por litro.

Já a pesquisa do Cepea/Esalq em sete Estados mostra que o valor médio bruto pago ao produtor atingiu R$ 1,6928 por litro em agosto, novo recorde, em termos reais. O preço é 13% superior ao de julho.

O valor pago ao produtor em agosto se refere ao leite entregue aos laticínios em julho, quando o cenário ainda era de oferta mais apertada de matéria-prima no país. Mas o ambiente vem mudando gradativamente nos últimos meses e outros indicadores (como o spot, atacado e varejo) já mostram que os preços do leite entregue em agosto – e pago em setembro – devem recuar.

«O pagamento de agosto ainda reflete a queda da produção de leite no primeiro semestre. Mas a partir de maio a produção do Sul começou a subir e em julho também começou a aumentar em regiões de São Paulo, Minas e no sudeste de Goiás», explica Rafael Ribeiro, analista da Scot. O crescimento registrado, à exceção da região Sul, deve-se a um «alívio nos preços do milho» usado na alimentação do rebanho, segundo Ribeiro.

De acordo com o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea), o volume de leite adquirido pelos laticínios cresceu 5,03% em julho.

Como resultado da maior oferta, os preços no mercado spot (negociação entre as empresas) já tiveram queda significativa em agosto, segundo a Scot. Em São Paulo, saiu de R$ 2,108 por litro em julho para R$ 1,703 em agosto. Em Minas Gerais, recuou de R$ 2,089 por litro para R$ 1,662 na mesma comparação.

A pesquisa da Scot também detectou redução nos preços do leite longa vida do atacado e no varejo em agosto, refletindo um arrefecimento da demanda. Segundo a consultoria, o produto no atacado paulista caiu R$ 0,79 entre julho e agosto, para R$ 2,64 por litro. Já no varejo, a queda ainda foi menos expressiva, de R$ 3,85 por litro em julho, para R$ 3,80 em agosto.

Para Ribeiro, a alta do leite longa vida no mercado foi «tão forte que chegou um ponto em que o consumo começou a ser prejudicado». Isso explica os recuos no atacado e no varejo em agosto. Segundo ele, essa retração na demanda derrubou as cotações do longa vida, gerando uma pressão de baixa na matéria-prima.

Diante do ambiente de aumento da oferta de leite e de formação de estoques de longa vida, a maior parte dos laticínios espera recuo no valor pago este mês pelo leite entregue em agosto. Pesquisa da Scot com mais de 140 laticínios mostra que 46% acreditam em queda do preço, 19% em alta e 35% em estabilidade.

Por Alda do Amaral Rocha | De São Paulo

Fonte : Valor

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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