LEITE – CAPTAÇÃO CAI 8,8% E PREÇO SOBE 6,43% EM MINAS

Os custos de produção elevados e os preços baixos pagos pelo leite em Minas Gerais têm comprometido a capacidade de os pecuaristas investirem na produção.
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Os custos de produção elevados e os preços baixos pagos pelo leite em Minas Gerais têm comprometido a capacidade de os pecuaristas investirem na produção. O desestímulo, aliado ao início da entressafra do leite, fez com que a captação no Estado recuasse 8,8% em março. Com um volume menor, o preço líquido do litro subiu 6,43% em abril, referente à produção entregue em março. Mesmo com a valorização, a margem do produtor continua limitada e a tendência é de nova queda produtiva e de elevação de preços.
Os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram ainda que Minas Gerais, principal bacia leiteira do País, registrou o maior recuo na captação, 8,8%. Além do período de entressafra, muitos produtores adiantaram a secagem das vacas para reduzir os custos, uma vez que os preços atuais do leite são insuficientes para garantir lucro.
Na média nacional, o Índice de Captação de Leite do Cepea (Icap-L/Cepea) reduziu expressivos 7,35% em março. Nesse cenário, o valor do leite recebido pelo produtor subiu 5,86% em abril, atingindo R$ 1,10 por litro na média Brasil, ponderada pelo volume captado nos estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Bahia. Em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento é de 13,95%.
Em Minas Gerais, o litro de leite foi negociado em abril, na média bruta, a R$ 1,24 por litro, valor 6,4% superior ao praticado em março. Na média líquida, a alta foi de 6,43%, com o litro avaliado em R$ 1,13. Em relação a igual período do ano passado, a valorização no valor líquido ficou em 25,5%.
Para o zootecnista e analista da Scot Consultoria, empresa especializada na análise do agronegócio, Rafael Ribeiro de Lima Filho, mesmo com as altas registradas até o momento, a tendência é de uma produção menor nos próximos meses.
“Os custos de produção estão em alta e muitos estados, como Minas Gerais, estão ingressando no período de entressafra, o que impacta ainda mais na produção. O que percebemos foi uma queda na captação em março, o que deve ser repetido em abril, e grande concorrência entre os laticínios. O resultado foi à elevação dos preços do leite, mas ainda em níveis insuficientes para cobrir os custos e garantir rentabilidade. Por isso, ocorrerão novas quedas na produção”.
Ainda segundo Lima Filho, conforme os dados da Scot Consultoria, com o mercado firme, os preços pagos pelo leite, na média nacional, aumentaram cerca de 14% em relação a abril de 2015, mas, no mesmo período, os custos subiram 26,2%.
“Na realidade, o setor ainda trabalha com um estreitamento da margem. Os custos estão muito elevados, principalmente pelo impacto do milho, que tiveram os preços reajustados em 72% quando comparado com igual período do ano passado e tem grande peso nas despesas da atividade. O cenário ainda é de cautela e requer planejamento por parte do produtor”.
O aumento do preço do leite impacta no consumo dos produtos lácteos, já que o poder de compra das famílias ficou menor em função do aumento da inflação e do desemprego. Segundo Lima Filho, empresas do setor já relatam queda entre 8% e 10% na demanda por produtos de maior valor agregado, como queijos e iogurtes, por exemplo.
“O consumo do leite longa vida não é muito afetado, já que as famílias migram para marcas com preços mais acessíveis, Porém, os demais produtos, como queijos e iogurtes são mais afetados e deixam de compor a lista dos consumidores. Este movimento também impede que o aumento de custo de produção seja repassado de forma integral para o mercado final”.
Regiões
No Estado, foi verificada valorização do leite em todas as regiões pesquisadas pelo Cepea. A maior, 7,84%, foi na Zona da Mata, com o litro de leite negociado a R$ 1,08, na média líquida. Em seguida vieram as regiões do Triângulo e do Alto Paranaíba, onde a valorização de 7,26% fez com que o litro de leite fosse vendido a R$ 1,21.
No Sul e Sudoeste de Minas, o preço médio líquido subiu 5,06%, alcançando R$ 1,04. No Vale do Rio Doce, o pecuarista recebeu R$ 1,13 pelo litro do leite, alta de 4,13%. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) a valorização ficou em 3,91%, com o preço de venda em R$ 1,12 por litro.
Fonte: Diário do comércio

Fonte: Canal do Produtor

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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