Indústria do leite alerta para aumento das importações

O aumento das importações de produtos lácteos no início de 2016 está a preocupar a indústria de laticínios que estima um défice superior a 250 milhões de euros no final do ano, se a tendência se mantiver.
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O aumento das importações de produtos lácteos no início de 2016 está a preocupar a indústria de laticínios que estima um défice superior a 250 milhões de euros no final do ano, se a tendência se mantiver.

Os últimos dados do INE referentes ao valor acumulado de fevereiro, citados pela Associação Nacional dos Industriais de Laticínios (ANIL), revelam uma subida de 2,8% das importações e uma queda de 25,7% das exportações, em valor.

«O ano passado tivemos um défice de 250 milhões de euros no final do ano. A manterem-se estes valores teremos um défice que será certamente superior, ou seja talvez 15 ou 20% mais do que o ano passado», receia o diretor-geral da ANIL, Paulo Costa Leite.

O responsável da ANIL avança algumas explicações para a queda das exportações, dizendo que refletem em parte «as posições que foram tomadas» na Galiza e em Espanha e «que impedem que haja movimentações de leite no sentido Portugal-Espanha».

A queda registada nas transações com Espanha (-8,9 milhões de euros) é aliás equivalente à queda verificada nas exportações para a totalidade dos Estados-membros (-9 milhões de euros).

«Estamos perante regras que não são justas, porque Espanha conseguiu – não sabemos como — que toda a distribuição aderisse à produção nacional. Estamos perante situações de desequilíbrio comercial que nos afetam», disse Paulo Costa Leite à Lusa.

Já as exportações para os PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) «estão estabilizadas, o que significa que os operadores estão com uma grande responsabilidade em termos de risco do crédito concedido», acrescentou.

O diretor-geral da ANIL considerou que o aumento de 2,8% em valor «é significativo» e «particularmente grave quando, em sentido inverso, as exportações também caiem», traduzindo-se num acréscimo substancial do défice acumulado no setor que passou para 42,3 milhões de euros no final de fevereiro contra os 29,3 milhões registados no período homólogo em 2015.

O aumento das importações de queijo é o que mais preocupa o responsável da ANIL, já que a indústria sai «duplamente penalizada», não só pelo equivalente-leite que entra por essa via (são necessários dez litros de leite para produzir um quilo de queijo), como pelos preços praticados «que são absolutamente incomportáveis para a produção nacional».

As importações acumuladas de leite UHT em fevereiro totalizaram cerca de 14,5 milhões de litros, menos 10,3% do que no período homólogo de 2015 (16 milhões de litros), enquanto o queijo teve um acréscimo de 15,9% relativamente a fevereiro de 2015, passando de 7.150 para 8300 toneladas.

Também os iogurtes registaram um ligeiro aumento nas importações: 4,8% em valor e 5,5% em quantidade.
http://rtp.pt/noticias/economia/industria-do-leite-alerta-para-aumento-das-importacoes-e-estima-defice-superior-a-250-milhoes-de-euros_n910601

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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