O Brasil importou 7,1 mil toneladas de leite em pó (integral e desnatado) em maio deste ano, volume 7,8% menor que no mesmo míªs de 2011. No entanto, no acumulado de janeiro a maio a entrada do produto no país somou 41 mil toneladas, ou US$ 160, 4 milhões, contra as 39 mil toneladas (US$ 145, 5 milhões) de igual intervalo do ano passado.
A maior parte do leite em pó importado pelo Brasil é proveniente do Uruguai. Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), nos primeiros cinco meses do ano, o volume das importações desde o país vizinho cresceu 31,6%.
O leite em pó adquirido do Uruguai tornou-se uma dor de cabeça para o segmento no Brasil. Na avaliação de Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil, associação nacional dos produtores, «o comércio é desleal e não pode trazer nenhum benefício aos pecuaristas brasileiros», diz.
Segundo ele, o produtor enfrenta problemas internos suficientes como custos de produção (em média de 19%) superiores ao aumento de 17% obtido na remuneração no ano passado. Entre 2010 e 2011, as exportações uruguaias de lácteos para o Brasil passaram de US$ 90,8 milhões para US$ 187,6 milhões.
O produto entra no mercado brasileiro livremente, enquanto as exportações argentinas ao país estão sujeitas ao regime de cotas estipuladas em 3,6 mil toneladas mensais. «Negociar com os uruguaios é quase uma missão impossível», confessa Jorge Rubez.
O presidente da associação relembra que o setor formou uma comissão há tríªs meses para reivindicar medidas do governo contra a crescente importação de leite em pó e derivados de leite vindos especialmente do Uruguai. «Não somos contra o comércio. Só é preciso limites», afirma Rubez.
Fonte: Valor Econí´mico