O horário de verão em 2018 terá início dia 4 de novembro, segundo anúncio do governo federal, com término em 16 de fevereiro. Ao todo, 10 estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste terão que adiantar o relógio em uma hora. Esse período pode proporcionar estresse ao gado leiteiro, que demora em torno de duas semanas para se acostumar com o novo horário da ordenha.
O produtor tem o costume de lidar todos os dias com o rebanho nos mesmos horários. Como o gado será ordenhado em horário diferente do habitual, logo na primeira ordenha do dia, poderá sofrer com o estresse e liberar o hormônio cortisol, que influencia diretamente na quantidade e qualidade do leite que será produzido.
“Os bovinos são animais de hábitos rotineiros, a ordenha e manejo são feitos diariamente no mesmo horário e quando há algumas mudanças bruscas nessas atividades durante o horário de verão, as primeiras semanas podem ser críticas para os animais”, explica José Carlos Ribeiro, consultor da Boi Saúde – Pecuária Inteligente. Porém, algumas medidas podem reverter esse problema e não afetar a produtividade do leite. Para evitar prejuízos e promover um bem-estar animal para as vacas leiteiras, o produtor pode seguir os passos:
– Se o produtor faz a ordenha às 5h no horário tradicional, no horário de verão, para os animais será 6h. Então a dica é começar às 5h50, 5h40, até chegar às 5h novamente;
– Quando voltar o horário de verão, a ordenha será retomada gradativamente;
– A ordenha da tarde sempre deve ser feita uma hora depois do horário de costume, para que também não cause estresse ao animal e assim não há alteração na qualidade da produção.
O período das águas, que se inicia coincidentemente com o horário de verão, também demanda cuidados específicos com o gado leiteiro. “Muitos produtores focam nos cuidados da alimentação apenas no período da seca, mas no período das águas os parasitas e outras doenças se proliferam mais rapidamente. Por isso, manter o gado sempre em locais limpos e com a sanidade em dia é fundamental para não ter queda na produção”, completa Ribeiro, que é pós-graduando em Agronegócios na USP/Esalq.