Marilene Sitneck mora na comunidade Faxinal, interior do município de Paula Freitas (181 quilômetros de Ponta Grossa). Em sua propriedade, ela cultiva olerícolas como soja, milho erva mate e ainda explora a pecuária leiteira. Atualmente, as três vacas em lactação produzem, aproximadamente, 70 litros de leite por dia. Em janeiro, doze animais estarão produzindo. O rebanho é alimentado com silagem, feno e pastagens.
“Quem é pequeno agricultor e não tem grandes áreas precisa diversificar o trabalho na propriedade”, comenta Marilene. Ela conta que tentou morar na cidade, mas o amor pela terra falou mais alto. “Quando conheci meu marido, resolvemos retornar ao sítio, pois sempre trabalhamos para os outros e decidimos ter a nossa própria renda mensal”, afirmou a produtora.
Marilene e o marido, Luiz Eduardo Oliveira da Silva, buscaram informações antes de implantar a pecuária leiteira na propriedade. Ambos buscaram capacitação em um curso sobre as boas práticas de produção leiteira. “Por mais que saiba tudo na teoria, sempre participando de cursos de capacitação, a prática é outra história. Uma realidade que não vem de contos de fada. E as pessoas que desejam ter essa vida devem aprender sobre o assunto e iniciar a leiteria com poucos animais. O lucro não é imediato, ele vem aos poucos. As pessoas querem resultados rápidos e em pouco tempo desistem dessa atividade que dá retorno a médio e longo prazo”, explica a produtora.
O casal também procurou orientações sobre a administração da propriedade, identificando fatores internos e externos que influenciam a produção. Com esse acompanhamento é possível fazer o planejamento das atividades. “O produtor tem que enxergar a propriedade como uma empresa e tem que gostar do que faz. Em primeiro lugar é preciso analisar como podemos tirar proveito da área. Depois de que maneira devemos programar as atividades para dar conta de produzir o que queremos“, observou Marilene. Ela está satisfeita com os resultados. “Jamais trocaria esse trabalho por outro, por serviço em escritório ou coisa parecida”, finaliza.
O município de Paula Freitas tem mais de 70 famílias de agricultores que desenvolvem a atividade leiteira como importante fonte de renda, em especial ocupando a mão de obra feminina. Os extensionistas realizaram o Giro Técnico do Leite para difundir o conhecimento e facilitar a adoção de tecnologias entre os produtores. Além da propriedade de Marilene e Luiz Eduardo, os participantes do giro visitaram o sítio de Luciane Maria Pavoski de Souza e Valdir Ferreira de Souza da comunidade de Palmital do Jararaca, ambas assessoradas pelos técnicos do Instituto Emater. Na oportunidade os produtores explicaram aos participantes as diversas tecnologias utilizadas, como o planejamento forrageiro, o pastejo rotacionado e a análise financeira da propriedade.
Segundo produtor do país
O Paraná já é o segundo maior produtor de leite do país, ultrapassando o Rio Grande do Sul, que ocupava essa posição até 2014. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que divulgou em setembro o ranking da produção nacional de leite, por estado, relativo ao ano de 2015. Segundo o levantamento do IBGE, o Paraná produziu 4,66 bilhões de litros de leite, 60 milhões de litros a mais que o estado vizinho que produziu 4,59 bilhões de litros. O estado que mais produz leite no país continua sendo Minas Gerais, com de 9,14 bilhões de litros/ ano.
O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, lembra que o Paraná vem investindo nos últimos anos para fortalecer a cadeia produtiva do leite. Segundo ele, “com estes números o estado se consolida como o maior produtor da região Sul do país. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná produzem juntos 12,32 bilhões de litros por ano. O Paraná participa da Aliança Láctea do Sul, que visa consolidar a cadeia produtiva, com produtos de qualidade, voltados à exportação.
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