Já são cerca de 200 produtores na região.
Crescendo cada vez mais especialmente nos últimos três anos, a atividade de gado de corte no Alto Uruguai Catarinense está ganhando cada vez mais destaque e novos adeptos, que veem nela uma forma mais fácil e garantida de obter retorno financeiro. Estima-se que hoje são cerca de 200 produtores neste ramo da atividade agrícola em todo o Alto Uruguai, incluindo Concórdia. Além disso, projeta-se que existam mais de 15 mil matrizes sendo cultivadas.
O presidente da Associação de Bovinos de Corte do Alto Uruguai Catarinense, Haroldo Vendrusculo, explica que, no entanto, o número de associados é bem menor, o que não reduz a importância do ramo: são cerca de 60 produtores que se associaram à entidade nos últimos anos. Com esse crescimento, o oeste vem se tornando uma das referências no setor, que até então, em Santa Catarina, era dominado pelo Extremo-Oeste catarinense.
Este crescimento tem várias explicações. Entre elas, por exemplo, está o fato de que é uma atividade muito mais fácil e barata, cujo há falta de oferta pela grande quantidade demanda que existe – o estado consome apenas 40% do que consome – em função principalmente da crise suinícola, que aumenta o custo da carne suína, fazendo com que sua saída seja menor, aumentando, assim, a demanda de outros produtos. O relevo de Concórdia e região também serve como explicação para a aposta no ramo.
Troca de produção
Ele lembra que no passado, a região produzia muitos grãos. Mas a atividade foi ficando cara e, como consequência, foi diminuindo. Desta forma, aquele produtor preferiu por migrar para a atividades de gado. Especialmente, diz o presidente, pelo fato de que é uma atividade barata e demanda de pouca mão de obra.
De acordo com Vendrúsculo, ainda há outros dois motivos emblemáticos para este crescimento: a migração de produtores de leite, para a atividade de gado de corte. Eles deixaram a atividade pelo alto custo, vendo na bovinocultura uma forma de garantir lucros. O outro motivo é a expansão da área rural, com a compra de várias áreas de terra por parte de empresários da cidade, que optaram pela cultura do gado.
Atividade é prmissora
O presidente da associação vê com bons olhos esse crescimento da atividade na região, pois dá mais perspectiva para os agricultores. Ele destaca o fato de que o gado de corte é um ramo promissor “porque é comida, e comida sempre vai estar em alta”. O fato recente de que o Paraná deixou o setor de lado para privilegiar a cultura de grãos também dá boas perspectivas para a atividade no Alto Uruguai, já que as fontes consumidoras acabam vindo buscar aqui o produto.
Mas o foco, no momento, segundo Vendrúsculo, não é a comercialização local e sim a produção. Não existe intenção, por exemplo, de reivindicar a vinda de agroindústrias para Concórdia, de forma que fosse fomentar a atividade. Há a produção de gado e venda para frigoríficos de outras partes do estado, como no litoral catarinense, ou na região, em Água Doce e Capinzal, finaliza o presidente.
http://www.radiorural.com.br/noticias/21798-gado-de-corte-vive-fase-de-crescimento-em-concordia-e-regiao