Após uma sequência de meses em trajetória de queda, o preço do leite começa a sofrer a primeira pressão inflacionária do ano com aumento de 0,8%, na média nacional, dos custos para o produtor, em fevereiro. O período da entressafra começou e, segundo especialistas, a alta acumulada poderá ser de até 10% até o fim do período de produção mais fraca. Para o atacado, o repasse médio será de 1% a 1,5% no mês de março.
—Metade das indústrias já fala em aumento do preço do leite até abril. Isso pode pressionar o preço ao consumidor do leite longa vida, do achocolatado, e laticínios, no período da entressafra vai até julho e agosto — observa Rafael Ribeiro de Lima Filho, zootecnista e consultor de mercado do leite Scot Consultoria.
Para economistas o que pode segurar ainda o preço no varejo é a queda do consumo, registrada no ano passado.
— O que está acontecendo é já existe uma especulação no mercado, sinalizando os aumentos. Alguns que estão vindo do Sul e do Sudeste já tem sinalização de aumento de até 10%. Outros varejistas vão repassar porque não vão conseguir segurar o preço por muito tempo. Hoje, no mercado, já existe uma variação de preços. Já tem leite a R$ 4,60. Em contrapartida, outros a R$ 2,89, até com apelo promocional. Os varejistas que eu conheço vão tentar segurar o máximo, pois a demanda já está pequena. Em abril e maio, começa já um aumento do preço, pois os pastos secam — afirma o especialista em varejo Marcos Quintarelli.
Na Bolsa de Gêneros Alimentícios, a fraca demanda e o estoque ainda podem favorecer o consumidor.
— O consumo ainda está caindo e, por isso, esse aumento no produtor poderá não ser repassado em março — explicou o presidente da Bolsa, Humberto Margon Vaz.
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