Entenda como a crise na Turquia afeta o agronegócio brasileiro

Crise Turquia - A crise que atingiu a Turquia está impactando o mercado financeiro e pode respingar no agronegócio brasileiro.  Desde que a inflação do país
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A crise que atingiu a Turquia está impactando o mercado financeiro e pode respingar no agronegócio brasileiro.  Desde que a inflação do país do Oriente Médio teve uma disparada de mais de 15%,  investimentos de mercados emergentes estão sendo redirecionados para destinos mais seguros como os Estados Unidos, que tem elevado as taxa de juros por lá. A mudança no fluxo do dinheiro atinge também o Brasil, que assim como a Turquia, é um país com risco elevado. Com o avanço da Guerra Comercial e sem o apoio de Donald Trump, a Turquia deverá ter a crise agravada e isso pode impactar na tendência do dólar de agora em diante e nas exportações da pecuária nacional, já que a Turquia é um dos principais compradores de gado em pé.
Confira, a seguir, os desdobramentos dessa crise e como ela poderá impactar o Brasil:
Câmbio
De acordo com o economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, o primeiro impacto da crise turca no Brasil aparece por meio do câmbio, que nesta semana já ultrapassou a cotação máxima de R$ 3,90.
“O impacto é grande, por mais estranho que possa parecer. Existe um impacto muito grande direto e indiretamente. Diferente do Brasil, a Turquia não possui reservas internacionais robustas e isso prejudica o país rapidamente, desvalorizando a moeda local, que é a Lira Turca. Com isso, os fundos de investimento que atuam em mercados emergentes percebem o risco elevado e acabam migrando para mercados mais consolidados, deixando os países emergentes, incluindo o Brasil. É um efeito colateral e esse impacto aparece por meio da nossa taxa de câmbio”, disse.
Segundo o economista, a economia do Brasil está enfraquecida e qualquer coisa que acontece no mundo nos abala.  “Não dá para saber quanto tempo isso vai durar, mas provavelmente irá prosseguir por mais algumas semanas”, contou.
Impacto na pecuária
Outra influência da crise turca, dessa vez direta, ocorre na exportação de gado em pé. Com a desvalorização da Lira Turca, que já passou dos 45% em 2018, o poder de compra do país deverá diminuir, reduzindo também o volume de negócios.
Segundo da Luz, de janeiro a julho de 2018 o Brasil exportou para Turquia quase o dobro de todo o volume de 2017, o que torna os turcos os nossos principais parceiros comerciais quando o assunto é gado em pé.
“O país responde por 79,8% do faturamento na exportação deste produto e é o mais importante parceiro comercial do Brasil”, ressaltou o sócio-diretor da Atenagro Maurício Nogueira.
Apesar do forte impacto na exportação de um único produto, a crise turca não deverá representar um problema para a pecuária brasileira. “Eles são relevantes na questão do gado vivo e a diminuição de compra deve ocorrer por causa da desvalorização da Lira Turca.  No entanto, impacta muito pouco no número geral da pecuária brasileira”, disse o analista da Radar Investimentos Leandro Bovo.
Para quem trabalha com a exportação de gado em pé, a crise deve ser sentida no último trimestre de 2018 e no primeiro trimestre de 2019, segundo Antônio da Luz.

Assista o vídeo com a entrevista completa do economista da Luz no Mercado&Cia:


Brasil, uma economia frágil
A vulnerabilidade brasileira está intimamente ligada às questões políticas, segundo a avaliação do economista Felipe Serigatti, do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas.  Para ele, nosso país precisa de reformas para não ser tão afetado no futuro.
“O Brasil ainda não virou a ‘bola da vez’, porém, temos problemas fiscais graves que podem deteriorar o humor do mercado conosco”, disse.
Na hipótese de um candidato à Presidência contrário às reformas se eleger, o mercado pode se voltar contra o Brasil, fazendo o risco do país subir. “Por isso não podemos esquecer como a taxa de câmbio responde rapidamente aos movimentos do risco país”, concluiu.
https://blogs.canalrural.uol.com.br/kellensevero/2018/08/14/entenda-como-a-crise-na-turquia-afeta-o-agronegocio-brasileiro/

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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