Derivados de leite de búfalas do RN avançam no exterior

A Tapuio Agropecuária, localizada em Taipu, cidade a 65 quilômetros de Natal, no Rio Grande do Norte, ampliou sua participação no mercado externo, neste mês, com o envio da primeira remessa de massa para mozzarella de búfala para a Nova Zelândia.
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A Tapuio Agropecuária, localizada em Taipu, cidade a 65 quilômetros de Natal, no Rio Grande do Norte, ampliou sua participação no mercado externo, neste mês, com o envio da primeira remessa de massa para mozzarella de búfala para a Nova Zelândia.
A massa é um produto pré-fabricado, que foi desenvolvido especialmente para uma indústria produtora de queijos naquele país que irá finalizá-lo, ou seja, transforrmá-lo em mozzarella pronta para o consumo. E as possibilidades de ampliação da exportação não param por aí: a empresa também está negociando vendas para Argentina e Chile.

“Acreditamos que, até 2021, cerca de 30% de nossa produção será direcionada ao mercado externo. No Brasil, nossa intenção é expandir a atuação para regiões onde ainda não estamos presentes”, diz o diretor executivo da Tapuio Agropecuária, Francisco Veloso.

Na primeira remessa para a Nova Zelândia, realizada neste mês de abril, foram enviados 100 quilos do produto congelado, via aérea, partindo do aeroporto de Natal. “Essa é a primeira exportação de produtos derivados de leite de búfala do Brasil para a Nova Zelândia. Inicialmente, nosso cliente irá testar e, se tudo sair como o planejado, a expectativa é firmar contrato por dois anos com volume significativo de vendas. Estamos muito otimistas em ver nossos produtos ganhando o mundo”, diz Veloso.
Único laticínio brasileiro autorizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a exportar derivados de leite de búfalas, a Tapuio já envia, a cada dois meses, desde o início do ano passado, uma tonelada de mozzarella bola para churrasco para Nova York, nos Estados Unidos, onde abastece uma cadeia de restaurantes. No caso dessas exportações, trata-se de um produto pronto, por isso, necessariamente, o envio precisa ocorrer via avião, já que a mozzarella é consumida fresca e precisa chegar ao destino final com agilidade.
No caso das exportações para a Nova Zelândia, por se tratar de envio de massa para mozzarella congelada, o envio mensal poderá ser feito por navio, em containers de 40 pés, diminuindo os custos. O frete via navio, segundo a empresa, é 90% mais econômico que o aéreo.
A ideia de exportar o produto pré-fabricado e congelado para ser finalizado em indústrias parceiras surgiu após a Tapuio receber gratuitamente orientações do consultor alemão Heinz-Günter Seibert, firmada entre a Federação das Indústrias do RN (Fiern) e entidades da Alemanha.
Com faturamento de R$ 22 milhões em 2016, a fazenda da Tapuio tem uma área de quase 500 hectares e contabiliza 1.400 cabeças de búfalos, da raça Murrah, originária da Índia. Desses animais, mais de 450 são búfalas em lactação, que produzem cerca de 3.000 litros de leite por dia, que resultam em cerca de 20 toneladas de queijos por mês.
No Brasil, a Tapuio comercializa sete tipos de queijo com a marca DiBufalo. Os queijos abastecem supermercados, restaurantes e hotéis em Alagoas, Ceará, Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe e no Distrito Federal.
Nova ordenha visa dobrar a produção até 2021

Uma ordenha rotatória que entrou em operação desde o início de março possibilitará dobrar a produção até 2021, ampliando das atuais 20 toneladas de queijo por mês para aproximadamente 40 toneladas, segundo a empresa. “Trata-se do primeiro laticínio de búfalas do país a contar com essa tecnologia, que foi importada da Irlanda do Norte e o primeiro do gênero na América Latina”, afirma a companhia.
O novo sistema, com capacidade para ordenhar até 160 animais por hora, é totalmente automatizado, desde o portão de aproximação dos animais até a medição do leite e pesagem dos animais.
Os búfalos também recebem uma identificação por chip e são alimentados de acordo com suas necessidades – uma vantagem em relação aos sistemas tradicionais em que os rebanhos são alimentados por lotes e correm o risco de gerar animais superalimentados ou subalimentados.
A primeira etapa do projeto, já finalizada, incluiu também a instalação de aerogerador para produção de energia e de biodigestor para produção de metano, a partir dos dejetos dos animais com consequente utilização na caldeira do laticínio, além da coleta e armazenamento da água da chuva nos quase 20.000 m2 de telhados das instalações da empresa. O próximo passo é a formação de um banco com pasteurização do colostro e a automação do sistema de alimentação dos bezerros.
Todo o processo – desde a extração do leite até a embalagem do produto – passa por um rigoroso controle de qualidade. Antes de entrarem na plataforma giratória para ordenha, os animais são higienizados. Na sequência, enquanto o carrossel gira, o leite vai sendo sugado e é canalizado diretamente para o laticínio, onde passa pelo processo de pasteurização.
Após análise laboratorial da pasteurização, o leite é direcionado para a fabricação dos queijos. Ao final do processo, depois de embalado, novas análises físico-químicas e microbiológicas são realizadas para, então, os queijos serem liberados para distribuição.
Sobre a empresa

A Tapuio Agropecuária atua no agronegócio desde 1991, contando com um área de quase 500 hectares, no município de Taipu, a 65 quilômetros de Natal, no Rio Grande do Norte. Tem 1.400 cabeças de búfalos, da raça Murrah, que é de origem indiana e reconhecida pela fácil adaptação ao clima árido. Desses animais, mais de 450 são búfalas em lactação, que produzem leite para fabricação de 20 toneladas de queijo por mês.
A produção, em quase sua totalidade, é voltada para o mercado nacional. Além disso, desde o início de 2016, a empresa exporta queijos de búfala para os Estados Unidos. A empresa também conta com mais de 100 mil aves, para produção de ovos, e com produção de queijo à base de leite de vaca. Na fazenda são gerados 146 empregos diretos.
 
https://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/bubalinocultura-de-leite/derivados-de-leite-de-bufalas-do-rn-avancam-no-exterior-105014n.aspx

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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