Custos continuam em alta mas preços devem cair

Com a safra, a tendência é de recuo na remuneração ao produtor
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Com a safra, a tendência é de recuo na remuneração ao produtor

Os custos da produção do leite, em Minas Gerais, voltaram a apresentar alta em agosto. De acordo com o levantamento feito pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, unidade Gado de Leite, a variação positiva nos custos foi de 1,23% frente a julho, elevando a alta acumulada nos primeiros oito meses para 11,17% e nos últimos 12 meses para 19,71%. A valorização do milho e da soja impactou nos custos do concentrado utilizado na alimentação do rebanho, que aumentou de 22,49% nos oito primeiros meses de 2016.

Apesar dos custos elevados, a tendência é de queda nos valores pagos aos produtores, devido à aproximação do período de safra, quando a oferta fica maior. Os consumidores também devem perceber o recuo ao longo dos próximos meses.

Em Minas Gerais, os custos de produção estão entre R$ 1,10 e R$ 1,15 por litro de leite. O valor necessário para garantir margem aos produtores deve ficar entre R$ 1,40 e R$ 1,50 por litro.

Os dados levantados pela Embrapa mostram que os gastos dos pecuaristas com concentrado (milho e soja) ficaram 4,55% maiores em agosto, frente a julho. A elevação mensal fez com que os custos no acumulado dos oito primeiros meses do ano ficassem 22,49% maiores e, nos últimos 12 meses, 37,38% superiores, quando comparado com os períodos equivalentes do ano anterior.

De acordo com o economista e pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Glauco Carvalho, a oferta de grãos limitada no mercado interno é a principal causa do custo mais alto verificado na produção de leite.

“A desvalorização do dólar frente ao real alavancou as exportações de milho e de soja no País. A expectativa era que a oferta ficasse maior com a colheita da safrinha, o que não foi concretizado devido às altas perdas provocadas pela estiagem. Estes fatores fizeram com que a oferta de grãos ficasse muito ajustada à demanda e acabou provocando a alta dos preços em um período que as pastagens estavam comprometidas”, explicou Carvalho.

Expectativas – Para os próximos meses, vários fatores influenciarão nos custos com a alimentação do rebanho. A retomada das chuvas poderá contribuir para a recuperação das pastagens, reduzindo a necessidade do uso do concentrado. A safra norte-americana de grãos, que tende a ser recorde, pode ampliar a oferta no mercado mundial, o que é favorável para o setor.

“Os custos com a alimentação do rebanho não devem apresentar grandes variações positivas como as observadas no segundo semestre de 2015 e início deste ano. A tendência é que fique estabilizada nos patamares atuais, que são considerados elevados, quando comparado com o ano passado”.

Sanidade – Além do grupo de concentrado, também pesou nos gastos do pecuarista os aumentos verificados no grupo de sanidade, que inclui vacina e controle de pragas, por exemplo. Apesar do aumento de apenas 0,45% em agosto, no acumulado de janeiro a agosto os gastos subiram 8,29% e, nos últimos 12 meses, a alta ficou em 8,54%.

No grupo qualidade do leite a alta em agosto foi de 0,85% elevando para 16,2% os custos acumulados de janeiro a agosto. O grupo é composto por itens que promovem a qualidade do leite, como material de limpeza utilizado nas ordenhadeiras, produtos desinfetantes, como o iodo, e o controle de doenças, como a mastite, por exemplo.

Ao longo de agosto, alguns grupos recuaram, como o de mão de obra, 1,31%, influenciado pelo fim da colheita do café, que causa demissões e o aumento da oferta de trabalhadores no campo. No acumulado de janeiro a agosto, o grupo ainda acumula alta de 9,2%, devido ao reajuste do salário mínimo.

Os gastos com o grupo de energia e combustível ficou estável em agosto. No acumulado dos oito primeiros meses a queda é de 5,33%. Produção e compra de volumosos retraiu 1,64% no mês.

http://www.diariodocomercio.com.br/noticia.php?tit=custos_continuam_em_alta_mas_precos_devem_cair&id=173206

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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