Nos últimos anos, muito tem se falado em diversificação e alternativas de agregação de renda. Muitos agricultores partem para a produção de hortaliças, outros para a fruticultura, grãos e criações, como suínos, frangos de corte, gado de leite ou de corte, entre outras tantas opções. Reduzir a mão de obra de reduzida e facilitar a sucessão rural são alguns dos objetivos da diversificação.
Foto: Edemar Etges / Folha do Mate Janete e Adriano Brandão criam e vendem em média, 30 terneiros por ano
Janete e Adriano Brandão criam e vendem em média, 30 terneiros por ano
Morador de Linha Herval, o casal Adriano e Janete Brandão, investe na criação de terneiros como agregação de renda na propriedade que tem como forte a produção de grãos, no caso, soja. O casal iniciou na atividade há oito anos e praticamente todos os terneiros nascem do plantel próprio de vacas, que hoje soma 23 no total, mais dois touros.
Os produtores de leite dão preferência às fêmeas, que são transformadas em vacas. ‘O produtor sempre depende das condições favoráveis e do comportamento do tempo e do clima para plantar, conduzir as culturas na lavoura e para colher. Já a criação de terneiros, independe destes fatores e garante um bom retorno financeiro’, observa Brandão, ao falar das vantagens de criar terneiros. Ele cria e vende em média, 30 carcaças por ano, cada uma pesando em torno de 200 quilos. Na semana passada, Brandão comercializou 11 exemplares vivos.
Para aprimorar as técnicas de criação de terneiros, desde o ano passado, Janete participa das reuniões do Grupo do Leite de Venâncio Aires. ‘A gente nunca sabe tudo e sempre aprende muita coisa boa e interessante sobre a atividade, além da troca de ideias e experiências’, frisa. Entre os aprendizados, Janete coloca que está o manejo correto dos terneiros, desde o nascimento até a venda, a aplicação correta das vacinas, dessecação do umbigo, a forma correta de fazer o piquete nas pastagens, entre outras dicas e técnicas.
Orientações
‘O que devemos fazer para obter terneiras(os) sadias e bem desenvolvidas?’, é uma pergunta que praticamente todos os produtores fazem. O engenheiro agrícola do escritório municipal da Emater/RS-Ascar Diego Barden dos Santos, explica que para obter terneiros sadios e bem desenvolvidos, é muito importante cuidar das vacas nos últimos dois meses de gestação. ‘Neste período, quando se dá o maior desenvolvimento do feto, as vacas devem ser adequadamente alimentadas’, orienta.
Outra dica de Santos é que a vaca deve parir em piquetes limpos, abrigados, secos e com boas pastagens. Uma semana antes do parto, ela deve ser colocada onde irá parir. O trabalho de parto não deve ultrapassar um período de seis horas para vacas e oito horas para novilhas. A placenta deve ser expelida até 12 horas após o parto’, explica, acrescentando que logo após o nascimento, a vaca lambe o terneiro, ajudando a secá-lo e estimulando a circulação e respiração. ‘Se a vaca não der atenção ao terneiro, você produtor, deverá limpá-lo e enxugá-lo em um pano e retirar restos de membrana e muco da boca e narinas. ‘Em dias de chuva, recolher a terneira para um local seco e protegido’, observa.
Outra técnica que o produtor precisa seguir é fazer o terneiro mamar o colostro nas primeiras seis horas de vida. Ele deve receber leite, alimentos e água limpos. Se ele permanecer mamando na vaca é importante mantê-la bem alimentada, pois ela que sustentará o terneiro. Se o tenreiro permanecer separado das vacas durante o dia, o produtor deve mantê-lo em local limpo e seco, com acesso à água. O desmame pode ocorrer até os 90 dias, quando o produtor perceber que o terneiro já está se alimentando bem com alimentos sólidos. Após o desmame, é importante aumentar um pouco a quantidade de trato, para ele poder se manter sem o leite.
‘Os produtores precisam levar em conta a quantidade de alimento, pasto, silagem e ração para a quantidade de animais que têm na propriedade. Este é o planejamento de lotação. Não adianta ter muitos animais e não conseguir tratar bem eles. Melhor ficar com poucos mas muito bem cuidados’, orienta Santos.
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