Cresce a disputa entre ambientalistas e pecuaristas

Documentários como "Cowspiracy" - jogo de palavras entre "vacas" e "conspiração" - perguntam, entre suspeitas, porque a produção de alimentos de origem animal
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Documentários como «Cowspiracy» – jogo de palavras entre «vacas» e «conspiração» – perguntam, entre suspeitas, porque a produção de alimentos de origem animal não aparecem entre as grandes frentes de luta contra as mudanças climáticas. O dado que existe é chamativo: 14% dos gases de efeito estufa – aqueles que causam aquecimento global – emitidos pela ação humana vem do setor da pecuária, segundo estudos da FAO. Quer dizer, a digestão das vacas e de outros animais em forma de ventosidades e excrementos, junto com o uso da terra que requerem para sua criação e alimentação, liberam mais gases que todo o setor de transportes. Os ambientalistas pretendem incluir as mudanças de padrões alimentares entre as prioridades da batalha climática. desejam um mundo de vegetarianos. Levarão uma petição nesse sentido na COP23 – Conferência do Clima, que ocorre em Bonn, Alemanha. Caso aprovem essa petição, o barulho contra os pecuaristas será elevado. É claro que os pecuaristas brasileiros não estão em Bonn.
Todavia, os ambientalistas estão metendo no mesmo saco vacas, galinhas, porcos e peixes. E não todos contribuem da mesma forma para aumentar o aquecimento global. Conseguir um quilo de proteína comendo carne de vaca libera quase o dobro de gases de efeito estufa que pequenos ruminantes como ovelhas ou cabras, segundo a mesma FAO. E o triplo que a galinha ou porco.
Grandes consumidores como a China já apresentaram planos para reduzir a ingestão de carnes em geral. Os norte americanos – os segundo que mais comem carne por pessoa e por ano, depois dos australianos – comem hoje uns nove quilos menos que há dez anos. Mas a tendência geral é a oposta. O crescimento econômico os países em desenvolvimento desembocam no aumento do consumo de carne. E, por outro lado, cada vez somos mais humanos.
A curto e médio prazo esse enfoque não tende a crescer. Tomemos o exemplo do tabaco. Sabemos que pode ser prejudicial e, apesar de toda a propaganda, se segue consumindo. Ninguém consome proteína. Consumimos um bife porque têm textura e sabor que nos é agradável e familiar. E há mais. Algo como 66% das famílias rurais mais pobres criam gado, e dependem de sua carne e leite para o sustento. Esse dado pode nos sonhar estranho por vivermos em uma região de latifúndios da pecuária, mas não é assim no mundo. Pelo contrário, existem aproximadamente 500 milhões de pecuaristas no mundo, a imensa maioria são de minifundiários. Temos de aprender que quando falamos de carne ou leite, não falamos só de comida, e sim de um modo de vida de milhões de pessoas em situação de pobreza.
Mas há alternativas para esse debate. É preciso reduzir os campos degradados. Se forem bem gestionados, se tiverem os solos recuperados, serão convertidos em enormes armazéns de carbono. É possível sequestrar o carbono em pastos bem cuidados. Essa guerra entre ambientalistas e pecuaristas pode chegar a um lugar comum.
https://www.campograndenews.com.br/colunistas/em-pauta/cresce-a-disputa-entre-ambientalistas-e-pecuaristas

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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