As cotações dos produtos lácteos continuam em queda no mercado doméstico, refletindo o baixo consumo e a menor demanda por parte de atacadistas, que afirmam ter estoques confortáveis, segundo colaboradores do Cepea. Entre 3 e 6 de setembro, o preço do leite UHT recuou 2,35% frente ao da semana anterior, fechando com média de R$ 2,63/litro. Quanto ao queijo muçarela, os valores caíram 1,03% na mesma comparação, fechando a semana de 3 a 6 com preço médio de R$ 18,48/kg.
Em setembro, o movimento altista que vem sendo observado nos últimos meses não deve se sustentar, visto que a demanda por lácteos segue fragilizada e não demostra capacidade de absorver novas valorizações dos derivados.

Acumulado

O preço líquido recebido pelo produtor em agosto (referente à captação de julho) atingiu R$ 1,5466/litro na “Média Brasil” (inclui BA, GO, MG, SP, PR, SC e RS e sem frete e sem impostos), aumento de 4,6% em relação ao mês anterior e de 28,4% em relação a agosto/17. Esta foi a sétima alta consecutiva no valor do leite que, desde o início do ano, acumula alta 50,2%.
A valorização do leite no campo esteve atrelada à maior competitividade entre indústrias, que já está acirrada desde o final da greve dos caminhoneiros, em junho, quando houve desabastecimento de lácteos no mercado. Outro fator para as altas é a oferta limitada no campo. A produção neste ano foi prejudicada pela saída de produtores da atividade e pelos menores investimentos, reflexo das dificuldades enfrentadas em 2017. Somado a isso, o período de entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil deve permanecer até outubro. A safra de inverno no Sul se iniciou depois do previsto, em função do atraso das chuvas e, mesmo com o aumento da captação das empresas em julho, a expectativa é de que os volumes sejam menores em relação a anos anteriores.