Confira o sobe e desce dos alimentos até o fim do primeiro semestre

Quatro meses do ano se passaram, e o comportamento dos preços dos alimentos já está diferente de 2016, quando o encarecimento no setor impulsionou a inflação.
Share on twitter
Share on facebook
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

preços dos alimentos Quatro meses do ano se passaram, e o comportamento dos preços dos alimentos já está diferente de 2016, quando o encarecimento no setor impulsionou a inflação. Mesmo com alguns itens mais em conta, os consumidores querem, claro, economizar. Pensando nisso, o EXTRA mostra quais serão os vilões até o fim do primeiro semestre e quais produtos devem ficar mais baratos.
Segundo especialistas, os alimentos continuarão em trajetória de queda ao longo de 2017 e darão uma importante contribuição para que a inflação se mantenha baixa até o fim deste ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em comparação com abril de 2016, vários alimentos importantes na mesa do brasileiro já acumulam queda nas taxas de variação acumuladas em 12 meses, como aponta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O feijão carioca, por exemplo teve queda de 22,74%, a batata inglesa caiu 40,69% e o mamão papaya teve redução de 47,84%. Outros itens prometem queda mais intensa nos próximos meses, como arroz, feijão preto, açúcar e frango.
Na contramão desses produtos estão os laticínios. O consumidor deve se preparar para gastar mais com eles, em especial, o leite, que subirá de preço até pelo menos julho. Com a redução da oferta, o preço tende a subir. Só no mês de abril, por exemplo, o preço do leite longa vida subiu 1,8%. Além disso, produtos in natura, como hortaliças, frutas e legumes, devem subir de preço até o fim do primeiro semestre.
— Este ano, o clima tem contribuído para safras recordes. Não há um volume absurdo de chuvas, mas, sim, regularidade, o que favorece a agricultura. Isso ajudará a manter muitos alimentos com o preço em baixa — explica o economista da Fundação Getúlio vargas (FGV) André Braz.
Em 2016, os preços dos alimentos subiram em média 10%. Com a ajuda do clima, afirmam especialistas, os preços dos alimentos devem subir apenas 1% neste ano. Para André Braz, 2017 deve ser de recordes para a agricultura brasileira, o que garante preços mais em conta em feiras e em supermercados.
— Safras boas devem garantir que alimentos importantes da cesta básica fiquem mais baratos. Com a promessa de inflação mais baixa para os alimentos, as famílias de baixa renda, que comprometem em média 30% da renda com a compra de alimentos, sentirão menos a inflação. Mesmo assim, a arma do consumidor é abrir mão do que está mais caro e pesquisar mais antes de comprar. Ao recusar o produto caro, o consumidor contribui para que o preço recue — destaca.

INFLAÇÃO MAIS BAIXA EM 2017
Em março deste ano, o IPCA ficou em 4,57% no acumulado dos últimos 12 meses, bem abaixo dos 9,39% registrados no mesmo período do ano passado, de acordo com dados mais atualizados do IBGE. Conforme explica o economista Heron do Carmo, professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP), a inflação como um todo se manterá baixa ao longo deste ano, com a contribuição positiva dos alimentos.
— Nós tivemos uma situação de preço de alimentos com altas fortes nos últimos dois anos devido a questões climáticas, o que não acontece desde o fim do ano passado. Isso contribuiu positivamente para jogar os preços dos quesitos alimentação e bebidas para baixo, além de ajudar o índice oficial de inflação a se manter em baixos patamares, comportamento que deve continuar ao longo deste ano. Isso é bom para o consumidor, que aumentará seu poder de compra — explica.
Em dezembro de 2016, a inflação oficial do país fechou em 6,29%, segundo o IBGE. Já para este ano, com a possível melhora do cenário econômico e o menor reajuste dos preços administrados — aqueles controlados pelo governo, como energia elétrica e combustíveis —, o economista aposta num percentual de inflação bem menor.
— A tendência de queda é nítida. É possível que tenhamos, em dezembro, uma inflação anual abaixo de 4% — diz o especialista.
CONSUMIDORES AINDA SENTEM PREÇOS ALTOS
A estudante Caroline Silva Barbosa, de 29 anos, mora numa república e diz que os preços pesam ainda mais no bolso de quem não pode dividir as compras. Segundo ela, o fato de não ter espaço para estocar comida atrapalha, pois ela não consegue aproveitar as promoções.

A estudante Caroline Barbosa, de 29 anos, diz que os preços ainda estão salgados
A estudante Caroline Barbosa, de 29 anos, diz que os preços ainda estão salgados Foto: Gisele Silva

— Se a inflação deveria mudar os preços, isso não está acontecendo. A sensação que eu tenho é de que gasto cada vez mais com comida. Do ano passado para cá, carnes e laticínios aumentaram e muito. Produtos de higiene também estão mais caros. Compro pelo menos duas caixas de leite por semana, só vi o preço subir. A carne, eu passei a substituir pelo frango. É o jeito — diz ela.
Já a fotógrafa Ana Beatriz, de 52 anos, faz da pesquisa sua aliada para economizar:
— Tento comprar a carne quando algum mercado faz “O dia da carne”, e vou sempre atrás daquelas promoções de leve três, pague dois.
FIQUE POR DENTRO
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cesta básica do Rio é a quarta mais cara do país.

PREÇOS

A pesquisa, referente ao mês de março deste ano, mostra que alguns itens que compõem a cesta básica sofreram alta nos preços no Rio, o que eleva o custo total para quem depende desses produtos.

SALÁRIO MÍNIMO

Quando se compara o custo da cesta básica e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em março, 44,74% do salário mínimo para a compra, diz o Dieese.

NAS CAPITAIS

Conforme explica o técnico do Dieese Iderley Colombini, o custo da cesta nas capitais é maior, então, quem tem nível salarial menor, sente mais a alta dos preços dos alimentos. Assim, segundo ele, vestuário, lazer e educação ficam de lado, o que é prejudicial para o consumidor.

OFERTA E PROCURA

Com a taxa de desemprego alta, o comércio terá que se esforçar mais para atrair o consumidor, que, por sua vez, deve aproveitar os descontos e as promoções, destaca o economista André Braz.

Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/economia/confira-sobe-desce-dos-alimentos-ate-fim-do-primeiro-semestre-21302123.html#ixzz4gUzv3eal

Mirá También

Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

Te puede interesar

Notas
Relacionadas