De modo geral, compradores continuaram se abastecendo para consumo imediato, aguardando preços menores, pautados tanto na redução das exportações quanto no bom andamento da safra verão. Na ponta vendedora, produtores mantiveram as expectativas de valores maiores para o início do próximo ano, o que restringiu a disponibilidade. A necessidade de financiamento, por outro lado, leva a realização de negócios pontuais.
Nas demais praças acompanhadas pelo Cepea, continuou se observando uma preponderância dos fundamentos regionais. No mercado de balcão (preço pago ao produtor), os preços do milho acumularam pequena alta de 0,8% em outubro, enquanto no disponível, caíram 3%. Em relação às médias de setembro, houve aumento de 1,1% (balcão) e queda de 0,6% (lotes), e, frente às de out/15, fortes elevações de 40,7% e 38,8%, respectivamente.
A baixa competitividade do milho brasileiro no mercado internacional também influenciou o enfraquecimento dos preços domésticos. No acumulado de outubro, as exportações totalizaram 1,1 milhão de toneladas em outubro, quantidade 62% inferior à do mês anterior e 80% menor que a do mesmo período do ano passado.
No campo, o bom volume de chuvas em outubro favoreceu as lavouras de milho, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do País, onde algumas áreas já entraram na fase final de implantação do cereal. Segundo dados do Deral/Seab e da Emater/RS, as semeaduras nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul haviam alcançado 83% (até o dia 24) e 74% (até o dia 27), respectivamente.
De acordo com o primeiro levantamento da safra 2016/17 divulgado pela Conab, a produção brasileira de milho deve aumentar entre 23,7% e 25,7%, com volume estimado no intervalo de 82,3 milhões de toneladas a 83,8 milhões de toneladas.
Na Argentina, segundo o relatório da Bolsa de Cereais, o elevado volume de chuvas dificultou a intensificação da semeadura, correspondendo a 35,9% do total da área estimada para esta temporada, até o dia 27. Em relação ao mês anterior, o avanço foi de 14,4 pontos percentuais.
Na BM&FBovespa (SA:BVMF3), os contratos futuros de milho caíram principalmente para o vencimento Nov/16. No acumulado de outubro, a queda foi de 3,3%. Para Jan/17 e Mar/17, as baixas foram de 2,3% e 2,1%, respectivamente.
Já nos Estados Unidos, as cotações do cereal subiram em outubro. Apesar do bom andamento da safra norte-americana – ainda estimada pelo USDA em volumes recordes -, o aumento da demanda de milho, bem como as valorizações do trigo na Bolsa de Chicago tiveram maior influência sobre os contratos em aberto. No acumulado do mês, Dez/16 apresentou significativa alta de 5,3%, fechando a US$ 354,75/bushel (US$ 139,66/t) no dia 31. Os contratos Mar/17 e Mai/17 se valorizaram 4,7% e 4,5%, a US$ 362,75/bushel (US$ 142,81/t) e a US$ 369,5/bushel (US$ 145,46/t), respectivamente.
Séries Estatísticas Cepea
1. Paridade de importação
2. Diferenciais de preços entre Campinas e praças
Gráficos
