Com sede na Dinamarca, a Arla é a maior companhia de lácteos da Inglaterra e a sétima maior do mundo. A companhia reportou queda no lucro líquido de quase 8%, para 295 milhões de euros (US$ 325,17 milhões), sobre receitas de 10,3 bilhões de euros (US$ 11,35 bilhões) em 2015.
A maior produção de leite na Europa após o fim das cotas de produção de leite, combinadas com a desaceleração na demanda da China e o embargo russo sobre os alimentos europeus colocaram pressão de baixa sobre os preços do leite e impulsionaram protestos dos produtores rurais. “Nossos resultados anuais mostraram que a indústria de lácteos está em uma crise global. Há mais oferta de leite no mercado do que a demanda pode absorver”, disse o diretor executivo da Arla, Peder Tuborgh.
O índice de referência do leite no GlobalDairyTrade (GDT) mostrou que os preços caíram 65% desde o pico em abril de 2013. Tuborgh espera um aumento no final de 2016 quando a China, maior importador mundial de leite em pó, precisará começar a aumentar as importações, tendo esvaziado seus estoques, embora um fator que poderá mudar o jogo seja a remoção das barreiras às importações pela Rússia. A Arla Foods mitigou o impacto dos baixos preços do leite direcionando-se para produtos com valor agregado – transformando o leite em bens mais caros, como a manteiga Lurpak e o queijo Castello.
Na segunda-feira (22), a França não conseguiu garantir mais medidas de alívio da União Europeia (UE) para seus produtores rurais que estão passando por momentos difíceis, enquanto tenta conter os protestos domésticos. A França inicialmente favoreceu o aumento dos preços pelos quais os produtores de leite podem vender ao armazenamento público, mas muitos Estados Membros da União Europeia (UE) ficaram contra, recordando de períodos quando isso levou a estocagem de “montanhas de manteiga” e “lagos de leite”.
O analista sênior do setor de lácteos do Rabobank, Kevin Bellamy, disse em seu último relatório trimestral que os preços internacionais dos lácteos estabilizaram no quarto trimestre, mas não mostraram sinais reais de recuperação. Ele espera que os estoques se aproximem dos níveis normais por volta do meio do ano, dizendo que “a pressão sobre os preços continuará durante o período previsto (um ano)”.
Em 24/02/16 – 1 Euro = US$ 1,10228
0,90709 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
Fonte: Reuters, traduzidas pela Equipe MilKPoint.