Em Minas Gerais, pelo terceiro mês consecutivo, os pecuaristas receberam mais pela comercialização do leite. De acordo com o levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em abril, referente à produção entregue em março, foi registrada valorização de 2,98% no preço bruto do litro de leite, que foi negociado, em média, a R$1,40.
A tendência é de altas moderadas nos próximos meses, o limite no incremento dos preços virá do consumo reprimido e do aumento das importações de leite.
De fevereiro para março, o Índice de Captação de Leite do Cepea (IcapL/Cepea) diminuiu 3,0%, na média Brasil, que leva em conta os dados levantados nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia e Paraná. No período, o volume captado em Minas Gerais recuou 4,0%.
A queda na captação se deve ao período de entressafra nos principais estados produtores. O início do período de seca reduz a oferta de pastagem e, consequentemente, a produtividade do rebanho leiteiro.
A queda na captação também foi percebida pela Scot Consultoria, porém, o levantamento aponta para uma retração de 0,3% na captação de Minas Gerais, entre fevereiro e março. Para os próximos meses o recuo deve ser mais expressivo, uma vez que a oferta de pastagem tende a ser cada vez menor.
De acordo com a zootecnista e analista de mercados da Scot Consultoria, Juliana Pila, dois fatores contribuíram para que a queda não fosse tão expressiva como esperado. “Um dos fatores foram as chuvas tardias registradas em março, que prolongaram a oferta de pastagem. Além disso, a redução dos custos de produção permite que o produtor invista na alimentação do rebanho, o que evita a queda da produtividade”, explicou.
Em relação aos preços, a tendência é que os mesmos se mantenham valorizados, porém, a alta tende a ser limitada. Em abril, o litro de leite foi cotado no Estado a R$1,40, valor bruto, representando alta de 2,98%. O preço líquido cresceu 2,82%, com o litro negociado a R$1,28.
“A expectativa é de preços firmes no mercado até junho e julho. Mas é preciso observar fatores limitantes, como os custos que estão menores e o produtor tende a investir mais na alimentação do rebanho, o que pode elevar a oferta. Também é preciso ressaltar que as importações de leite estão crescentes e, isto, impacta diretamente no mercado. Outro fator é a demanda, que segue patinando devido ao menor poder de compra das famílias e pode limitar a valorização dos lácteos”,explicou Juliana.
Regiões
Dentre as regiões mineiras pesquisadas pelo Cepea, a maior alta foi verificada na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), onde o litro foi vendido a R$1,44, valor bruto, alta de 5,96%. O valor líquido, R$1,31, ficou 6,09% maior em abril, frente a março.
O litro de leite na Zona da Mata foi negociado a R$1,19, aumento de 3,21% no valor líquido. Nas regiões do Triângulo e Alto Paranaíba o produtor recebeu, em média líquida, R$1,28 por litro, valor 1,48% superior ao verificado em março.
No Sul e Sudoeste a valorização encerrou abril em 3,18%, com o litro avaliado em R$1,35. No Vale do Rio Doce, o leite foi comercializado a R$1,19, valor líquido, aumento de 0,74%.
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