Ataque da mosca-do-estábulo causa morte de gado em propriedades de SP

A mosca-do-estábulo é um problema para o qual não se encontra uma solução. No centro-oeste de São Paulo, o gado está morrendo debilitado pelo ataque dos insetos.
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A mosca-do-estábulo é um problema para o qual não se encontra uma solução. No centro-oeste de São Paulo, o gado está morrendo debilitado pelo ataque dos insetos. A origem do problema está nas usinas de cana. Júnior da Silva já foi um grande produtor de leite em Herculândia, no centro-oeste paulista. Ele tem 100 animais, mas hoje não tira mais do que um galão do alimento por dia. O surto de moscas diminuiu a produtividade do gado. «Tirava 300 litros de leite. Agora, está tirando 45 litros de leite. O gado não produz e só fica andando em roda. A hora que o gado deita não tem o que fazer”, lamenta Silva. A mosca do estábulo se alimenta de sangue de bovinos, cavalos, cães e de seres humanos, que também são vítimas das picadas. O gado definha aos poucos, para de comer e emagrece uma média de 10 quilos. O incômodo é tanto que os animais se aglomeram e se esfregam uns nos outros. «Situação de estresse elevada é porta de entrada para outras infecções”, explica o veterinário Caio Andrade. Segundo os produtores, mais de 150 animais morreram do ataque das moscas este ano na região. Muitos criadores têm desistido da criação. É comum encontrar pastos abandonados que antes serviam de alimento para o gado e que agora viraram depósito de ossos dos animais mortos. O criador Júnior da Silva perdeu nos últimos dias 15 cabeças de gado. Fotos mostram alguns animais tomados por moscas. Em outro sítio, a caseira Nilva Firmino também registrou o ataque das moscas. A parede da casa ficou repleta do inseto. “Elas juntam em cima de você e te picam. Doi, sangra. Pra tirar leite elas estão te picado, picando a vaca. A gente teve vontade de desistir porque o animal começa a morrer”, diz. O problema tem relação com o plantio de cana-de-açúcar, cultura que domina a região. A vinhaça, um resíduo que sobra da produção do álcool, é usada pela usina como fertilizante do solo. Um litro de álcool gera até 15 litros de vinhaça. O ideal é ela se infiltre rapidamente, sem empoçar, ao contrário do que mostram imagens gravadas pelos produtores. Quando a vinhaça fica acumulada, junto com a palha da cana, forma o ambiente ideal para a reprodução da mosca. A filtragem do caldo da cana também gera outro resíduo chamado de torta de filtro. A montanha sólida tem até 80% de umidade, abrigo perfeito para as larvas das moscas. «Aqui os produtores estão usando diferentes tipos de inseticidas e repelentes só que as mosca já criou uma certa resistência. Então, o que tem que fazer é controlar esse descarte da vinhaça nos canaviais”, orienta Andrade. O pecuarista Fábio dos Santos está há um ano com o gado parado no pasto. Os animais não engordam e o frigorífico não quer comprar. «A gente faz o ciclo completo: cria, recria e engorda. Tem prejuízo em todas as categorias. Um animal com carcaça inferior, magro e o frigorífico não quer. Precisa urgente de uma solução», alerta. Há dez dias, a Cetesb, Companhia de Saneamento de São Paulo, autuou a usina de Clealco pelo acúmulo de vinhaça. A empresa se comprometeu a resolver o problema, mas nenhum representante quis dar entrevista.

Fonte: http://g1.globo.com/economia/agronegocios/globo-rural/noticia/2016/11/ataque-da-mosca-do-estabulo-causa-morte-de-gado-em-propriedades-de-sp.html

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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