O Uruguai, um país que tem uma produção leiteira seis vezes menor que a da Argentina, acaba de passar í frente da Argentina como o principal fornecedor de leite em pó ao Brasil. Segundo dados da indústria leiteira local, nos primeiros 9 meses de 2012, a Argentina vendeu ao mercado brasileiro 29.000 toneladas. Ao contrário, o Uruguai vendeu 35.000 toneladas.
í‰ a primeira vez que a Argentina deixa de ser o maior fornecedor de leite em pó de seu principal sócio do Mercosul. Para comparar a magnitude do crescimento do Uruguai, vale recordar que, em 2009, o país exportou ao Brasil 22.000 toneladas, quando a Argentina liderava com 44.000 toneladas.
O Uruguai avançou mesmo com um setor leiteiro seis vezes menor do que o argentino. Em 2011, o país produziu 1,849 bilhão de litros, contra 11,6 bilhão de litros na Argentina.
A indústria argentina coloca a culpa no acordo de limitação das exportações que as empresas privadas tiveram que firmar com os brasileiros se quisessem continuar vendendo a esse mercado. O primeiro convíªnio foi assinado em maio de 2009 por uma cota mensal de 3.000 toneladas e, depois, foi renovado para 3.600 toneladas nos últimos meses. No entanto, a última renovação venceu em 31 de outubro. Enquanto os empresários argentinos querem que a cota amplie, os brasileiros pretendem congelá-la nesse mesmo volume.
O Uruguai, ao contrário, está exportando sem restrições ao Brasil e o mesmo ocorre com o Chile que nos primeiros nove meses de 2012, conseguiu comercializar 6.000 toneladas.
As exportações de produtos lácteos argentinos em geral a todos os destinos, nos primeiros nove meses do ano, registrou uma leve queda com relação ao mesmo período de 2011, segundo um levantamento do ex-vice-presidente das Confederações Rurais Argentinas (CRA), Néstor Roulet.
De acordo com esse trabalho, as exportações de todos os produtos (leite em pó, queijos e outros lácteos) foram de 303.733 toneladas, uma queda de 1,7% com relação ao mesmo período do ano anterior.
«Exportou-se menos que no ano passado, apesar de o Governo conhecer o problema de sobre-oferta no mercado interno. A lógica indica que essa maior produção de leite deveria ter sido acompanhada de uma maior exportação», disse Roulet.
No entanto, os alagamentos provocadas pelas últimas chuvas prejudicaram a produção. Diante de tudo isso, após uma reunião recente entre dirigentes do setor leiteiro e industriais convocada pela Subsecretaria do setor Leiteiro da Argentina, entidades da produção questionaram a falta de consenso em torno da lei do setor leiteiro que está sendo impulsionada pelo Governo.
A reportagem é do La Nación