Exportações/Mercosul – No primeiro mês de 2017 o Uruguai exportou para o Brasil um volume de leite em pó 47% superior ao enviado pela Argentina para esse mesmo destino. Trata-se de 6.814 toneladas ao valor FOB de US$ 20,4 milhões versus envios argentinos de 4.632 toneladas equivalentes a US$ 14,6 milhões.
Em 2016 o Brasil importou 48.941 toneladas de leite em pó da Argentina por um valor FOB de US$ 124,2 milhões, segundo dados oficiais. Mas, as compras procedentes do Uruguai no ano passado foram de 101.693 toneladas por US$ 335,8 milhões. A razão de semelhante diferença se explica pela cota de leite em pó que o governo brasileiro assina anualmente com a Argentina, que no período atual, 2016/17, é de 51.600 toneladas (razão pela qual a média mensal é de 4.300 toneladas). As indústrias lácteas uruguaias, ao contrário, podem vender leite em pó ao Brasil sem restrições. Como a “cota do leite em pó” viola as normas estabelecidas pelo Mercosul – onde supostamente não deveria haver quaisquer restrições comerciais entre os quatro países integrantes do bloco – o mesmo se apresenta como um “acordo privado de autorregualmentação” administrado pelo Centro da Indústria de Laticínios (CIL), a Associação de Pequenas e Médias Empresas de Laticínios da Argentina (Apymel) e a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A restrição para exportar livremente leite em pó para o Brasil – um dos principais importadores mundiais do produto – é uma das muitas variáveis que explicam a profunda crise de rentabilidade que afeta os dois primeios elos da cadeia láctea: produtores e indústrias.
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