O preço internacional subiu 35%, mas, para o produtor não houve alteração. A Sociedade Rural Argentina (SRA) denunciou na Secretaria de Comércio do País, a possível existência de condutas anticompetitivas praticadas pelas indústrias de laticínios, mantendo o congelamento dos preços que pagam aos produtores.
Tal como afirmamos publicamente, há dois anos o preço que os produtores recebem não cobre os custos de produção. A indústria responsabiliza os baixos preços internacionais do leite em pó integral. No entanto, nos últimos 45 dias foi registrada alta de 35% no preço internacional (de US$ 2.079 para US$ 2.793/tonelada), e inclusive o mercado brasileiro está pagando US$ 3.000/tonelada pelos negócios feitos com a Argentina. Exigimos que isto se traduza de forma imediata na recomposição do preço ao produtor. É inaceitável manter o congelamento dos preços ao produtor, tal como se manifestaram todos os representantes da indústria na última reunião do Ministério da Agroindústria. No encontro sustentaram que o preço se manterá nos níveis atuais pelos próximos meses e só começarão a subir no início de 2017, se os preços internacionais melhorarem. Como é de conhecimento público, o Centro da Indústria Leiteira (CIL) assinou, recentemente, um acordo privado com o Brasil para o comércio nos próximos dois anos. Este acordo implica limitação por parte da indústria local nos volumes exportados para esse país, eliminando a possibilidade de um maior acesso a dito mercado. Ressalte-se ainda, que o mecanismo de cotas foi assinado com pouca transparência. Tudo isto impacta na concorrência das indústrias. Diante da decisão de manter estagnado o preço a ser pago aos produtores de leite, esta situação reflete uma possível existência de práticas abusivas por parte da indústria de laticínios, em violação às disposições de Lei 25.156 de Defesa da Concorrência.
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