Produtores de leite de diferentes bacias leiteiras da Argentina se preparam nesses dias para participar, em setembro, do que será o primeiro leilão internacional de produtos lácteos argentinos.
Há alguns meses, a Argentina informou que se converteria no segundo país, depois da Nova Zelí¢ndia, a realizar leilões internacionais via internet e, dessa maneira, intervir na fixação do valor dessa commodity ( leia matéria relacionada).
O projeto nasceu entre os produtores que atualmente formam o Conselho Argentino de Produção (CAP) e conta com o aval do Governo nacional e seu secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno. Tem como objetivo desenvolver uma política a longo prazo que enfrente o atual aumento na produção e incentive os integrantes do setor.
«Atualmente, isso só é feito pela Fonterra, da Nova Zelí¢ndia, que é a marca dos preços do leite em pó no mundo», explicou o presidente da Sociedade Rural de Morteros, Ider Peretti. Ele disse que em 19 de julho será apresentado oficialmente o projeto de remates internacionais que será realizado através de um sistema eletrí´nico e que envolverá os diferentes tipos de produtos lácteos, soros, queijos, entre outros.
«A partir daí, abre-se a instí¢ncia em que se inscrevem tanto os ofertantes como os interessados em adquirir produtos lácteos. Quem quiser comprar, deve apresentar garantia bancárias e as garantias necessárias para poder operar. Uma vez checado, outorga-se uma senha com a qual poderá ter acesso ao site. No caso dos ofertantes, também devem se inscrever, confirmar a produção que oferecerá, a quantidade e o preço base. Nesse caso, a produção deve cumprimentar com as normas internacionais vigentes», disse ele, que confirmou que estimam realizar o primeiro leilão em 60 dias posteriores ao lançamento do programa. Ele disse que a estimativa é que serão oferecidas 5.000 toneladas de soro, leite em pó e diferentes tipos de queijos.
Na semana passada, ele participou da adesão de Agricultores Federados Argentina (AFA) – uma das organizações mais importantes que inclui pequenos e médios produtores de leite – na Cí¢mara Argentina de Produtores e Exportadores de Cereais e Oleaginosas (Capeco), que é a entidade criada com o objetivo de unir os pequenos e melhorar a possibilidade de colocação de seus produtos nos mercados mundiais. «Os grandes produtores já tem suas cadeias para comercialização no exterior», disse Peretti.
Crescimento de 9% no setor
O vice-secretário do setor leiteiro da Argentina, Arturo Videla, garantiu que «um dos pontos principais da agenda de trabalho para essa etapa do ano é levar adiante o projeto de lei do setor leiteiro». «Esse projeto dará ao setor as ferramentas para conseguir uma maior previsibilidade, sustentabilidade social, ambiental e econí´mica aos membros da cadeia».
Nessa oportunidade, o diretor nacional de planejamento estratégico setorial, Roberto Socin, apresentou dados estatísticos do setor leiteiro, em que se pode observar a projeção da produção e a necessidade de aumentar as exportações, já que, se não ocorrerem inconvenientes climáticos, estima-se um crescimento da produção de 8% a 10% com relação a 2011.
Nesse sentido, ele disse que está trabalhando em ferramentas de regulamentação que permitem sustentar um maior equilíbrio no setor, assim como também em mecanismos de valor agregado, incorporação de tecnologia e promoção das exportações.
Videla insistiu na construção de uma agenda comum com os diferentes representantes do setor, com o propósito de trabalhar no desenvolvimento harmí´nico da cadeia.
A reportagem é do www.comercioyjusticia.com.ar